Prefeito avisa que professores serão avaliados

Gestor questiona qualidade dos profissionais; sindicato rebate críticas e diz que melhor seria realizar concurso

Manoel Freitas
Publicado em 08/03/2019 às 06:58.Atualizado em 05/09/2021 às 16:53.
 (MANOEL FREITAS)
(MANOEL FREITAS)

Depois de toda a novela enfrentada pelos servidores da educação para receber o salário de dezembro, a categoria ainda tem que lidar com as avaliações e decisões do prefeito Humberto Souto sobre a área. Um dia após o anúncio do pagamento em atraso, o gestor não poupou críticas aos profissionais e disse que irá implantar uma avaliação rigorosa da categoria.

Souto anunciou novas avaliações para seleção de supervisores e contratados. “A medida é necessária porque estão no município há anos e anos sem serem avaliados”, afirmou o prefeito, criticando a categoria em seguida.

“Ficou difícil buscar o entendimento porque eles querem que a população fique com dó dos professores, como se não tivessem dinheiro para pagar os remédios, com os menininhos morrendo de fome, porque ser professor não é só chegar lá e achar que cumpriu o dever, não é assim não. A educação está devendo muito ao povo de Montes Claros”, disse o prefeito.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Sistema Público Municipal de Montes Claros (Sind-Educamoc) divulgou uma nota em repúdio às declarações do prefeito, como a de que “professor não é emprego, mas sacerdócio”.

“Apesar do abandono e descaso, ser professor é uma profissão, sim, porque os educadores têm suas famílias, suas dores, suas despesas e trabalham educando não só por acreditarem que a educação faz do mundo um lugar melhor, mas também pela convicção de que estão no exercício de uma profissão digna, que lhes proporcionam remuneração justa para garantir a sobrevivência”.

Para a entidade representativa dos servidores, “em vez de processos seletivos para prestação de serviços temporários, os trabalhadores em educação acreditam que a prefeitura deveria realizar o concurso público para a educação”, promessa de campanha de Souto.
 
ESTADO
Na quarta-feira, durante anúncio do pagamento do salário de dezembro para os servidores da educação, o prefeito Humberto Souto disse que o governo do Estado “está criando um caos na educação”, referindo-se ao que ele chama de “apropriação” dos recursos do Fundeb, do IPVA e do ICMS, razão pela qual entraria ontem com ação no TJMG contra o Estado.

De acordo com Souto, o governo de Minas deve R$ 160.686.888,37 a Montes Claros.

A Secretaria de Estado de Fazenda argumentou, por meio de nota, que “primeiramente é preciso enfatizar que, neste ano de 2019, entre 1º de janeiro até a terça-feira passada (26/2), o governo de Minas Gerais repassou R$ 4,230 bilhões referentes à cota-parte de ICMS, IPVA e Fundeb destinada aos municípios mineiros”.

Em relação aos valores não transferidos pela gestão anterior, informa que um acordo entre o governo estadual e a Associação Mineira de Municípios (AMM) está em andamento. A nota salientou ainda que, neste acordo, mediado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, será definido um cronograma de pagamento dos repasses.

“Vale ressaltar ainda que, para promover o equilíbrio das contas públicas do Estado, o governo de Minas está se empenhando para implementar, com urgência, a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, e também enviou para a Assembleia Legislativa proposta de reforma administrativa que prevê uma economia aos cofres do Tesouro Estadual de cerca de R$ 1 bilhão em quatro anos, entre outras ações”, destaca a nota enviada a O NORTE.

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