Eduardo Brasil
Repórter
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O vereador Rosemberg Medeiros - DEM aproveitou aprovação de projeto de lei de Fátima Pereira - que institui a Semana municipal da mulher -, para ressaltar que o prefeito Athos Avelino - PPS dá um péssimo exemplo ao explorar e desvalorizar servidoras municipais, privando-as até mesmo da vaidade de ser mulher.
A utilização de mulheres em serviços pesados
volta a ser criticada na câmara (foto: Wilson Medeiros)
- O prefeito está longe de ser um cavalheiro, por conta do tratamento que dispensa às mulheres de Montes Claros, na figura da servidora municipal - disse ele, da tribuna da câmara municipal e em entrevista a O Norte.
Segundo o vereador, além de deselegante é um tratamento desumano.
- Dou como exemplo de vítimas dessa brutalidade as servidoras públicas, atiradas em serviços que mais caberiam aos homens. São as mulheres que avistamos trajadas com uniformes da Esurb pelas ruas da cidade, ou em cima de caçambas de caminhões.
Para ele é triste depararmos com essas mulheres, com latas de piche e de brita às costas, suadas, fadigadas, empurrando carrinhos de mão em operações tapa-buracos e de pavimentação de vias públicas.
EXPLORAÇÃO
Médico cardiologista, Rosemberg Medeiros acusa que o emprego de mulheres, nessas circunstâncias caracteriza uma exploração moral e física que ameaça a vida das servidoras, constantemente acometidas de graves problemas de saúde.
- São problemas de coluna, de bursite, de lombalgia e de violentos estiramentos musculares.
Uma situação que ele chega a sublinhar como monstruosidade e que precisa parar.
- Devemos debater o assunto com mais amplitude, recorrer a órgãos que possam nos dizer até quando essas medidas são legais. Elas podem até ser legais, mas são de uma imoralidade, de uma falta de respeito com as mulheres sem precedentes na nossa história administrativa.
CORREÇÃO
Ainda de acordo com Rosemberg Medeiros, apesar do espectro do núcleo duro que existiria na prefeitura, comandado por mulheres, a administração de Athos Avelino dá uma demonstração de machismo, um comportamento censurável.
- O prefeito deveria refletir sobre o que causa de negativo para essas centenas de mulheres, transformadas em operárias inferiorizadas, sem brilho pessoal, sem batom na boca, com unhas impregnadas de piche e mãos calejadas pelo esforço em lidar com picaretas, enxadas, pás. São mães de família que se submetem a essa situação porque precisam colocar o pão de cada dia na mesa dos filhos - acrescenta o vereador, sugerindo que o executivo transfira essas servidoras para tarefas menos desgastantes.
- Elas podem cuidar de hortas comunitárias, de praças e jardins, da limpeza de prédios públicos, escolas, entre outras atividades para as quais o prefeito costuma destinar um monte de homens - finaliza Rosemberg Medeiros.