Os brasileiros pretos ou pardos são as maiores vítimas de doenças ligadas à condição de vida precária, chamadas também de doenças da pobreza. A informação consta do Relatório anual das desigualdades raciais do Brasil, divulgado pela Universidade federal do Rio de Janeiro, com base na Pnad 2007 e nas informações mais recentes do ministério da Saúde.
A pesquisa mostra que os pretos e pardos são a maioria absoluta dos mortos por malária (60,6%), por hanseníase (58,3%), por leishimaniose (58,1%), por esquistossomose (55,5%) e por diarréia (50%).
De acordo com o coordenador do estudo, professor Marcelo Paixão, a incidência dessas doenças na população preta e parda comprova a desigualdade no acesso a serviços básicos.
- Significa que vivem em condições que os levam a um nível de exposição a doenças típicas da falta de saneamento básico e de vacinação, por exemplo. Enfim, daqueles que têm as piores condições econômicas.
DIFERENÇAS
As diferenças entre os rendimentos mensais entre negros e brancos diminuíram na última década, aponta o documento. Em 2006, o rendimento mensal médio dos homens brancos era de R$ 1.164,00, valor 98,5% superior ao rendimento médio mensal de homens pretos e pardos, que estava na casa de R$ 586,26.
Apesar da grande diferença registrada, o número é inferior ao registrado em 1995, quando a diferença salarial média entre homens brancos e negros era de 120,1%.