Pela segunda vez consecutiva, os vereadores de Montes Claros, que assumiram o cargo há apenas 13 dias, encerraram a reunião desta quinta-feira mais cedo, na verdade poucos minutos depois de aberta. Na semana passada eles já haviam inaugurado o estilo gazeteiro: encerraram o expediente com a mesma celeridade de ontem, com o argumento nada convincente de que o ar-condicionado da Casa não estava funcionando e “ninguém conseguiria trabalhar com tanto calor”. Resultado: foram para casa mais cedo e nem por isso terão descontos no gordo salário que recebem.
Desta vez os vereadores nem mesmo se preocuparam em dar justificativas para cerrar as portas do Legislativo. Simplesmente pegaram o paletó, deram tchau e deixaram o serviço e o público que ocupava as cadeiras do auditório à própria sorte.
SEM NADA PARA FAZER
De acordo com um vereador que falou com a reportagem, a reunião de quinta-feira, quando há os “Assuntos Gerais”, sobretudo neste momento em que a cidade vive “um marasmo administrativo”, não se justifica porque “não há assunto sério a tratar”.
- Depois, nem mesmo há a transmissão da TV Câmara. Então, o vereador sente que está falando para ninguém, ao vento – acrescentou o parlamentar, como quem ignora a presença das pessoas que procuram acompanhar todas as sessões legislativas para seguir os passos dos seus eleitos.
- Pelo visto, essa onda vai pegar e toda quinta-feira eles vão querer agir da mesma forma. Os vereadores precisam mostrar trabalho, isso sim, para provarem que merecem o rico salário pago pelo povo – disse um dos assistentes.
É claro que os representantes do povo não devem faltar ao serviço para o qual foram escolhidos, mas, como disse o vereador que acusou o “marasmo administrativo”, eles não “têm mesmo o que fazer na Câmara Municipal”.
- Não há pauta, nenhum projeto a ser votado, porque a administração municipal está parada e seus órgãos sem atividades concretas. Ficar passando o tempo no plenário, sem ter o que fazer, não é interessante. Sendo assim, é preferível que o vereador procure mesmo outra coisa para fazer. Desde que seja em benefício do cidadão.
Não foi isso que aconteceu nesta quinta-feira. Os vereadores encerraram a reunião mais cedo com um propósito: se dirigirer até a sede da Amams – Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene para acompanhar as eleições dos novos gestores da entidade e também do Samu Macro Norte, assuntos que, aliás, não têm a ver com suas atribuições no parlamento municipal.