Eduardo Brasil


Repórter


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O incidente que resultou na prisão de um cidadão na última terça-feira, pelo simples fato de ter dirigido palavras, digamos, menos delicadas, ao chefe do executivo de Montes Claros, saudando-o como prefeitozinho de um dia só, revelaria o estilo arbitrário de Athos Avelino – PPS na condução administrativa do município, fazendo punir as pessoas que emitem opiniões que contrariam sua vaidade de pavão.

Prefeito Athos Avelino, cuja assessoria mandou a polícia militar prender cidadão que criticou a incapacidade do governo municipal (foto: arquivo/ Wilson Medeiros)

A observação é do vereador e deputado estadual eleito, Ruy Muniz – PFL, que presenciou o incidente que teve lugar no hall da câmara municipal, ontem, terça-feira, momentos antes de o legislativo iniciar sessão solene. Segundo o vereador, ele percebeu que Athos Avelino, ao receber o cumprimento do cidadão – oi, prefeitozinho de um dia só, teria retrucado ao que considerou uma ofensa, forçando que sua assessoria e segurança, sob o comando de seu irmão, Vagner Pereira, acionasse a polícia militar, enquanto o cidadão era seguro por funcionários da casa, tendo sido, em seguida, com a chegada dos policiais, já fora do prédio legislativo, algemado e conduzido para a cadeia pública.

- Os tempos da ditadura estão de volta? É inconcebível na democracia que um prefeito exija a prisão de alguém apenas pelo fato de ela revelar publicamente seu inconformismo com um governo incapaz de resolver os problemas do povo – ressalta Ruy Muniz.

REAÇÃO POPULAR

Para o parlamentar, o protesto isolado do cidadão - mandado para a prisão pela ofensa à honra da autoridade, certamente, sintetizaria o sentimento da maioria da população de Montes Claros. Segundo ele, o manifestante, ainda que solitário no incidente da câmara municipal, nada mais fez do que demonstrar a impaciência da maioria do povo com tanta incompetência na prefeitura de Montes Claros.

- A maioria das pessoas conta nos dedos os dias que faltam para se ver livre desse governo. É o protesto contra a paralisia que tomou conta de Montes Claros com a atual administração. E o prefeito não quer que ninguém deixe isso ainda mais claro. Quem se atreve, corre o risco de parar na cadeia.

COOPTAÇÃO

Ruy Muniz entende que o pedido de prisão para cidadãos que criticam o prefeito não seria o único meio que a administração teria para tentar tapar a boca do povo. Ele lembra de casos de pessoas que publicamente criticavam o prefeito e que, de repente, passaram a ovacioná-lo onde quer que vá.

- Cooptaram essas pessoas, com dinheiro do próprio povo. Taparam suas bocas ao contratá-las, pagando a cada uma delas um salário compatível com o preço de seu silêncio e de sua bajulação. Mas eles não conseguem cooptar e calar a todos e a verdade sempre será dita, ainda que seus emissores, como no caso do cidadão algemado, sejam mandados à prisão – concluiu Ruy Muniz.

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