Os milhões que arranham a honestidade do PT

Jornal O Norte
19/07/2005 às 17:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:48

As dívidas e os gastos do PT só cresceram no período em que o partido teria se valido de recursos obtidos no caixa dois supostamente por meio de empréstimos tomados pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.

De acordo com documentos encaminhados pela direção nacional do PT ao TSE - Tribunal Superior Eleitoral a dívida do partido passou de R$ 2,4 milhões em 2002 para R$ 4,2 milhões em 2003. No ano passado, o déficit acumulado nas contas do partido alcançou R$ 24,7 milhões, ainda de acordo com os demonstrativos assinados por José Genoino e Delúbio Soares, recentemente afastados, respectivamente, da presidência e da tesouraria do partido.

O novo tesoureiro, deputado José Pimentel - PT-CE não quis se manifestar sobre como pretende ajustar a contabilidade oficial do partido. O assunto será discutido pelo novo comando petista hoje, em São Paulo.

SEM REGISTRO

Na prestação de contas do PT, não há registro - nem sinal de passagem - dos empréstimos de R$ 39 milhões que o publicitário mineiro afirma ter repassado a pessoas indicadas por Delúbio Soares. Mas estão contabilizados outros seis financiamentos tomados pelo partido em três bancos diferentes. Eles somam R$ 28 milhões. Dois desses empréstimos (no BMG e no Banco Rural) tiveram como avalista o publicitário. A maior parte dos financiamentos contabilizados oficialmente teria sido destinada à informatização dos diretórios petistas no país.

De acordo com os depoimentos de Marcos Valério e Delúbio à Procuradoria geral da República, o dinheiro obtido por meio de empréstimos bancários tomados pelo publicitário mineiro teria sido repassado ao PT fora da contabilidade oficial para pagar dívidas de campanha e preparar o partido para as eleições de 2004.

SEDE E SAQUE

Ao contrário das dificuldades financeiras que teriam justificado o pedido do tesoureiro petista, o PT ostentou saúde financeira depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em outubro de 2003, o partido inaugurou com festa sua nova sede nacional, no outro lado da rua da agência do Banco Rural, em Brasília, usada para os saques do suposto mensalão. A sede ainda funciona no mesmo endereço, na região central de Brasília, numa área de 600 metros quadrados. Somente em móveis, equipamentos e decoração foram gastos R$ 661 mil. (AF)

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