Os anos passam e o Mocão não sai do buraco

Jornal O Norte
Publicado em 09/02/2007 às 11:22.Atualizado em 15/11/2021 às 07:57.

Extinção da secretaria de Esportes e Lazer provoca dúvidas sobre a continuação das obras do Mocão, estádio de futebol que a prefeitura anuncia que inaugurará em quatro meses. O receio é de que o executivo protele os serviços, de novo, desta vez por conta da polêmica que possivelmente cercará a tramitação do seu projeto de reforma administrativa



Eduardo Brasil


Repórter


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O projeto de lei do executivo, de reforma administrativa no serviço público de Montes Claros, entra em pauta na reunião da câmara municipal da próxima terça-feira 13, propondo, entre outras coisas, a extinção de cinco secretarias municipais.






O que deveria ser um estádio de futebol, não passa de uma imensa cratera no Bairro Grande Delfino (fotos: Wilson Medeiros)



- A extinção da Smel (secretaria de Esportes e Lazer), em especial, nos preocupa, porque causa incertezas em relação a projetos que a pasta vinha desenvolvendo – observa Marcos Nen – PL, líder da bancada do governo no legislativo municipal, revelando sua preocupação, sobretudo, com a seqüência tão esperada das obras do Mocão - estádio municipal de futebol, iniciadas há quase três décadas, e que hoje não passam de um grande buraco escavado na região do Grande Delfino.



É que a secretaria de Esportes, segundo o vereador, era uma grande aliada da luta para que o projeto do Mocão se tornasse realidade, tendo à frente um secretário atuante nesse sentido, que buscava os recursos necessários e que fomentava na administração municipal a necessidade de se concluir o estádio.



- Sem a pasta, sem o Gino, nasce uma dúvida em relação ao que será feito a partir de agora – diz, lamentando a saída de Georgino de Souza Neto - PCdoB, que deixou o governo de Athos Avelino - PPS por não concordar com a extinção da pasta que conduzia. Na proposta da reforma administrativa, a Smel acaba e passa a ser uma unidade adjunta da secretaria de Educação, Esportes e Lazer.



MOCÃO E ALFEU DE QUADROS



O receio de Marco Nen é de que o reinício das obras não ocorra mais uma vez na nova data que teria sido anunciada pela atual administração, até mesmo por conta da tramitação do projeto de reforma administrativa.



- Isso não pode acontecer. O povo quer ver as obras e qualquer obra é mais importante que uma reforma administrativa, considerando os aspectos positivos sociais e econômicos que elas trarão – frisa o parlamentar, reiterando o caso do Mocão, que além de projetar o esporte local no cenário nacional gerará emprego e renda, e destacando o Pronto-Socorro do hospital Alfeu de Quadros, lamentando que ainda não esteja funcionando.



- Os serviços médicos do Pronto-Socorro do Alfeu de Quadros beneficiarão mais de 30 mil pessoas da região do Grande Delfino. Não somente moradores daquela região, mas de toda a cidade. Essas obras são mais importantes que uma reforma burocrática – completa.



DINHEIRO



O líder da bancada da situação na câmara municipal diz não entender os motivos que levam a prefeitura a não iniciar as obras do Mocão, uma vez que existem recursos assegurados para isso, parte deles deixada pelo ex-prefeito, o deputado federal Jairo Ataíde – PFL, a cujo grupo político pertence.





Marcos Nen está preocupado com a possibilidade das obras do Mocão serem mais uma vez adiadas pela administração municipal



- Existem recursos deixados pelo ex-prefeito Jairo Ataíde e ainda os recursos que foram conseguidos pela gestão de Georgino de Souza Neto junto ao ministério do Esporte. São milhões de reais, mais de dois milhões que estão à disposição da prefeitura há muito tempo. Além disso, existe nos pátios da Esurb farto material, como ferragens, adquirido para a cobertura das arquibancadas. Vamos perguntar ao prefeito os motivos da demora.



De acordo com fontes da prefeitura, a previsão é de que as obras do estádio sejam reiniciadas agora, no mês de março, com conclusão prevista para junho.



- A intenção é inaugurar o Mocão nas comemorações dos 150 anos de Montes Claros, em julho deste ano. O tempo é curto, mas, uma vez que existe dinheiro para as obras, tudo é possível. Vamos torcer por isso – encerra Marcos Nen.

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