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Terça-Feira,26 de Novembro

Oposição repete acusações de subserviência de vereadores ao prefeito Athos Avelino

Jornal O Norte
18/10/2006 às 09:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:42

Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil

A oposição na câmara municipal de Montes Claros considerou a aprovação de projeto de lei do executivo, na reunião de ontem, rejeitando 12 emendas da vereadora Fátima Pereira (sem partido) – que corrigiriam imperfeições da lei de gestão democrática no ensino municipal, como mais uma demonstração lamentável de que a maioria dos vereadores que apóiam a administração municipal vota de acordo com os interesses políticos do prefeito.




Plenário da câmara municipal, ontem, durante votação do projeto que instituiu a gestão democrática no ensino público municipal (foto: Wilson Medeiros)

De acordo com Fátima Pereira, que pronunciou contundente discurso contra a política rasteira do prefeito Athos Avelino, o projeto do executivo seria incorreto e desleal ao segmento educacional em vários aspectos - sobretudo a partir do seu conteúdo arbitrário, escondido sob a égide da democracia e que marginalizaria os verdadeiros profissionais do setor, principalmente quando trata da eleição direta de diretores de escolas.

- O projeto exclui escolas de ensino infantil, de ensino médio e da zona rural dos pleitos democráticos. É o projeto da democracia meia-sola, que assegura ao prefeito controle sobre o ensino municipal, e que lhe servirá de instrumento para colocar na direção das escolas seus apadrinhados políticos – acrescentou a vereadora.

EMPREGUISMO

Segundo Fátima Pereira, uma das imperfeições da lei é permitir a eleição de pessoas sem nenhum vínculo com a rede municipal de ensino para o cargo de diretor escolar, ou seja, a eleição dos amigos que freqüentam o terceiro andar da prefeitura.

- É um projeto que desrespeita e desvaloriza os funcionários de carreira – completou a vice-presidente do legislativo, cujas emendas sequer foram discutidas pelo plenário - diante do pedido de votação em bloco feito pelo vereador situacionista Aurindo Ribeiro – PV.

- Esse pedido é uma crônica da morte anunciada – reagiu a vereadora, prevendo que a bancada da situação votaria em seguida pela derrubada de suas emendas, o que de fato aconteceu.

SUBMISSÃO

Para os vereadores Ruy Muniz – PFL e Athos Mameluque – PMDB, a aprovação do projeto, sem as correções necessárias, revelou que a maioria dos colegas da câmara municipal ainda vota de acordo com os interesses do executivo.

- É lamentável que na prefeitura falte um prefeito de verdade e que aqui, na câmara, sobre esse sentimento de submissão a ele. Os vereadores deveriam votar em nome dos mais de 300 mil habitantes de Montes Claros, mas votam pelos interesses de apenas uma pessoa – ressaltou Ruy Muniz, deputado estadual eleito nas eleições de outubro, emendando que o legislativo teria tido mais uma oportunidade de impor a sua independência política, moral e ética e que não o fez, provocando reações do vereador Antônio Silveira, que votou rejeitando as emendas, ao alertar a mesa diretora sobre a gravidade das palavras do colega de plenário.

- Considero essa acusação grave, senhor presidente, até mesmo pelo fato de que votarei de acordo com a minha consciência – disse, dirigindo-se ao vereador Ildeu Maia – PP, que não se manifestou.

PERSEGUIÇÃO

O vereador Athos Mameluque lamentou a indiferença do executivo em relação as 12 emendas de Fátima Pereira, sem ao menos permitir que sua bancada discutisse as correções que elas sinalizavam. Para o parlamentar, com essa medida, o prefeito tentou diminuir a atuação e a importância de Fátima Pereira, na área educacional, privando a colega de bancada - face à sua vaidade conhecida por todos de melhorar o projeto com emendas sensatas e legais, segundo parecer da Comissão de Constituição e Justiça.

- Ele não respeitou uma das nossas maiores profissionais de educação, que certamente tornaria, com as suas emendas, o projeto do executivo digno de ser reconhecido como democrático. Rejeitou pelo fato de Fátima Pereira integrar a oposição e de ele, o prefeito, querer ser o único responsável pelo projeto, ainda que ele seja defeituoso.

Athos Mameluque confessou assistir com uma imensa tristeza a tudo isso que ocorre na câmara municipal.

- É uma tristeza verificar que isso ocorre. Que Montes Claros é administrada, e muito mal administrada, por um prefeito que não esconde a sua vaidade, que alcança seus interesses pessoais aproveitando do cargo e da sua política de perseguição a quem lhe faz oposição. E que parte da câmara comungue com esse sistema abominável - concluiu.

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