O empresário paraense Carlos Roberto Bannach antecipou que não vai cobrar pelo trajeto de pedestres na travessia por meio de balsas no Rio São Francisco, entre os municípios de Manga e Matias Cardoso, no extremo Norte de Minas. Dono da Navegação Confiança, empresa vencedora da concorrência pública que a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop) realizou em outubro do ano passado para a escolha da empresa responsável pela exploração do serviço, Bannach decidiu manter a isenção da tarifa de R$ 1,35 prevista no contrato.

Boa parte dos passageiros que utilizam as balsas para a travessia do rio é de trabalhadores rurais diaristas, contratados para trabalhar em lavouras na margem direita do São Francisco. O Grupo Rodofluvial Banav, controlador da Navegação Confiança, avalia que exercer o direito previsto no edital para a cobrança de passageiros poderia gerar insatisfação da população ainda no período de adaptação da nova concessionária.

Segundo Bannach, o início da operação em Manga depende ainda das vistorias das embarcações pela empresa Bureau Colombo, uma das classificadoras credenciadas pela Marinha do Brasil para liberar para navegação as embarcações de aço que operam no interior do país. A Navegação Confiança deve assumir a travessia entre Manga e Matias Cardoso nos próximos dias.

Segundo Bannach, a travessia vai contar, de imediato, com pelo menos uma balsa do tipo papa-fila, com capacidade para transportar entre 50 e 60 veículos de tamanho médio. A empresa prevê atuar com três embarcações. Única empresa a participar do certame em 2015, a Navegação Confiança ganhou o edital ao oferecer tarifa básica no valor de R$ 13,50 (para automóveis), valor inferior aos R$ 14 exigidos no edital da Setop.

MELHORIAS
- Estamos preparados para atender às condições definidas no edital, inclusive os investimentos necessários para a melhoria da travessia durante os três primeiros anos de vigência do contrato - diz Bannach. Entre os investimentos que a Navegação Confiança se obriga fazer após a adjudicação da concorrência está a adequação de ambas as margens, em Manga e Matias Cardoso, com a pavimentação das praças de embarque e desembarque, além da regularização de toda documentação técnica que viabilize o pleno funcionamento perante os órgãos competentes.

A infraestrutura atual da travessia é bastante precária, com o registro de vários incidentes ao longo dos últimos anos. Entre eles, a queda de veículos das plataformas das embarcações para o leito do rio durante as manobras para atracagem – a exemplo do que acontece na semana passada, quando um caminhão que transportava bois caiu no leito do rio.

Devido à precariedade das margens do local onde ocorre a travessia, o edital prevê a necessidade de terraplenagem, cortes para nivelamento de atracação, pavimentação e sistema de drenagem para garantir o pleno funcionamento dos serviços. Bannach diz que vai cumprir todas as exigências do contrato, entre elas estão a instalação de iluminação adequada nas duas margens, a construção de banheiros e central de atendimento ao cliente presencial e telefônica. (www.luisclaudioguedes.com.br)