Artur Júnior
Colaboração para O NORTE
O secretário nacional de Defesa Civil, coronel Roberto Costa Guimarães, será convidado a visitar o Norte de Minas para verificar “in loco” os danos causados pela seca na safra 2007/2008, que provocou a morte de 160 mil cabeças de gado, deixou mais de 300 mil pessoas sem água para abastecimento humano e acumula prejuízo de R$ 266 milhões. A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) solicitou ao tenente-coronel César Augusto Oliveira Lima, comandante do 55º Batalhão do Exército e ao sub-comandante, tenente-coronel Paulo de Tarso Ramos, para reforçarem o convite ao secretário nacional, visando resolver os embaraços burocráticos para o reconhecimento da “Situação de Emergência”. O mesmo pedido foi formulado ontem à tarde, por Minas Gerais, através da secretária estadual Elbe Brandão, coordenadora da Comissão Gestora de Crise da Seca e o tenente-coronel Alexandre Lucas, secretário-executivo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais.
A reunião realizada no 55º Batalhão do Exército contou com a presença do prefeito Ronaldo Ramom Fernandes Brito, de Salinas e vice-presidente da Amams; da secretária-executiva da Amams, Beatriz Morais Corrêa e do coordenador do Departamento de Meio Ambiente, Luiz Lobo. O comandante César Augusto mostrou que a partir de sexta-feira estará desativando momentaneamente a Operação Pipa, que atendeu 32 municípios afetados pela seca com o abastecimento de água, usando 130 caminhões. Desde agosto começou o atendimento, com o contrato bimestral e previsão de continuar até janeiro. Agora, depende de mais recursos, cabendo ao ministério da Integração Nacional repassar os recursos ao Ministério da Defesa. O comandante explicou que suspenderá a entrega da água, para aguardar uma decisão, pois não quer correr risco de continuar o atendimento e depois não for autorizado. No mês passado, o 55º Batalhão do Exército fez inspeção nos municípios afetados pela seca e ficou impressionado com os dados, pois é a maior seca dos últimos anos.
O vice-presidente da Amams, Ronaldo Ramon Fernandes Brito, prefeito de Francisco Sá, fez apelo para o Exército assumir além da Operação Pipa, também os poços artesianos perfurados, distribuição de canos e várias outras ações de assistência aos flagelados da seca. Ele salienta que a unidade militar dá credibilidade ao programa e se destaca pela competência e pontualidade. “Estamos cansados de tanta burocracia. Os órgãos públicos fazem muitas exigências e o benefício acaba não chegando. Nosso apelo é para o Exército assumir todas tarefas, pois agilizaria o atendimento e amenizaria os efeitos do grande prejuízo causado pela seca” – salienta o vice-prefeito, de comum acordo com a secretária-executiva Beatriz Morais Corrêa. Eles entendem que a presença do secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Costa Guimarães, serviria para instruir os prefeitos sobre os procedimentos que devem ser adotados para o decreto de Situação de Emergência, pois são 122 municípios mineiros que decretaram, mas apenas 32 foram reconhecidos.