Eduardo Brasil
Repórter
Os vereadores Sebastião Pimenta – PDT e Athos Mameluque – PMDB se revezaram na tribuna da câmara municipal de Montes Claros, na reunião desta terça-feira 26, para reiterar contundentes críticas ao governo do prefeito Athos Avelino – PPS, denominado por eles como exemplo do nepotismo e da falta de transparência.
Sebastião Pimenta sinaliza para CLI para investigar
nepotismo na prefeitura (foto: ARQUIVO XU MEDEIROS)
De acordo com Sebastião Pimenta, o conceito negativo dado aos atuais gestores municipais aumentaria a cada dia, sobretudo em relação ao nepotismo, pelo fato de que eles, os gestores municipais, usariam do expediente de omitir, ao arrepio da lei, informações pedidas ao executivo através de requerimento do legislativo, assinado por 12 dos seus 15 vereadores sobre o número de contratados para cargos de confiança, cujos os dados deveriam ser públicos.
- Na próxima quinta-feira acaba o prazo regimental de 15 dias que o executivo tem para prestar essas informações, enviando à câmara municipal a lista de seus contratados nos últimos seis meses, como pedimos, coisa que ela pode fazer em um dia, é bom que se saiba. Caso não o faça, aí podemos, de fato, suspeitar de que alguma coisa esquisita está acontecendo na prefeitura e que eles tentam esconder – completa o vereador, acreditando na possibilidade de crime eleitoral, ou seja, de estar havendo compra de apoio político na administração municipal.
- Pelas denúncias que recebemos, são mais de duas mil contratações apenas nos últimos seis meses próximos do período de campanha eleitoral – diz Sebastião Pimenta, acrescentando que muitas pessoas foram exoneradas para darem lugar a quem apoiava o atual prefeito. - Critério político: se você não apoia, está demitido. Foi assim que teriam feito – comenta o vereador, frisando que ainda na próxima sexta-feira, na hipótese de o executivo continuar sonegando as informações, ele e os demais signatários do requerimento levarão o caso ao ministério público.
- Se essa iniciativa não adiantar muito, recorremos à instalação de uma Comissão Legislativa de Inquérito. Com os poderes de uma CLI, teremos livre acesso aos documentos que ora estão sendo negados pela administração.
LISTA NEGRA
O vereador Athos Mameluque entende que o prefeito Athos Avelino teria motivos até de sobra para omitir a relação de seus contratados, uma vez que, ao divulgar documentos do gênero, estaria confirmando matéria da revista Época, de 2005, que apresentava Montes Claros entre as 15 cidades brasileiras com administradores públicos marcados pelo excesso do nepotismo.
- É a lista negra. O que vimos, desde então, na prefeitura de Montes Claros, são os parentes do prefeito assumindo posições importantes, bem remuneradas no serviço público, que deveriam ser ocupadas por servidores efetivos e qualificados – ressalta o parlamentar, sugerindo que o executivo se antecipe à publicação da súmula pelo SFT – Supremo Tribunal Federal.
- Ele deveria exonerar todos, para merecer o símbolo de prefeito honesto e transparente. O mesmo deveria ser feito por todos os vereadores que têm esposas, primos, sobrinhos, filhos, ocupando posições que caberiam aos efetivos municipais. Eu agi desta forma e não tenho parentes trabalhando em meu gabinete, ou na prefeitura, sendo pagos com dinheiro do povo – encerrou Mameluque.