Janaina Gonçalves
Repórter
O papel da mulher na sociedade passou a ser algo extremamente importante, pois cada vez mais ela exerce a função de protagonista, embora ainda sofra com o sistema social patriarcal. A mulher está abandonando a figura de dona de cada e tendo a tarefa de assumir cargos importantes no trabalho. Além de muitos perfis familiares, acumula a as funções domésticas e, naturalmente em muitos casos, maternas.
Mas, mesmo com tantos avanços a seu favor, as mulheres ainda enfrentam muitos desafios em favor dos homens, como a questão salarial menor, os cargos públicos e políticos, apesar da recente ascensão de uma delas à presidência da República.
Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral mostram que a mulher tem se destacado nas eleições. Em Montes Claros, por exemplo, dos 262,4 mil eleitores, mais da metade é composta por mulheres (53%). Já o eleitorado masculino chega aos 46%. Além disso, o TSE informou que houve redução, para 18 mil em 2016, do número de jovens aptos a votar com idade entre 16 e 20 anos: em 2012, esta faixa etária incluía 20 mil eleitores registrados.
CONSCIENTIZAÇÃO
Luciana Santos Gonçalves, que mora no bairro Panorama e tem 34 anos, afirma que todo período eleitoral faz questão de exercer sua cidadania e escolhe da melhor forma o seu candidato para representá-la na durante a gestão administrativa, valorizando o voto.
- Penso ser o voto mais que um ato político. Ele está ligado à questão social. Os eleitores devem ter a oportunidade de analisar os candidatos e eleger com consciência quem realmente esteja preparado para assumir o cargo de gestor politico - ressalta.
Na contramão deste exercício, Aline Barbosa, 16, conta que não tem interesse de votar.
- Eu me sinto ainda muito jovem para decidir meu voto e penso que tenho que estudar um pouco mais para fazer a escolha certa - frisa a jovem.
Apesar das mulheres serem maioria do eleitorado, a participação efetiva do gênero feminino na política ainda é menor que a do gênero masculino. Para tentar mudar esse quadro, a Justiça Eleitoral vem incentivando uma maior participação das mulheres na política ao longo dos anos.
PRESENÇA OBRIGATÓRIA
De acordo com a técnica judiciária, Rosana de Fátima Porto Alves, da zona eleitoral 325 de Montes Claros, a legislação vigente diz que o número de candidatos deve ser de no mínimo 30% e no máximo 70% para cada gênero em todos os cargos proporcionais – deputado federal, estadual e distrital e vereador.
- Essa regra passou a ser disciplinada pela Lei 12.034, de 2009, na primeira minirreforma eleitoral que, ao alterar pontos da Lei das Eleições (9.504/1997), tornou a presença das mulheres nas candidaturas obrigatória - esclarece.
A técnica judiciária também informa sobre o número de eleitores que tem ensino superior incompleto entre 30 a 35 anos, que subiu no período avaliado - em 2014, os eleitores que tinham este grau de instrução eram 508, representando 1,9% do que estão em situação regular. Na eleição atual o numero deve chegar a 867 (2,8%).
Mas houve reduções dos grupos de eleitores que sabem apenas ler e escrever. Segundo o TSE passou de 9,8% para 5,7%, o que representa 1.728; e o de analfabetos de 2,12% em 2014 para 1,4% em 2016.
Campanha
A campanha do TSE “Mulher na Política”, que foi criada em março de2014 e lançada em sessão solene no Congresso Nacional, incentiva participação feminina no cenário político do país. Em um quadro geral, atualmente, menos de 10% das candidatas ocupam cargos eletivos, número considerado baixo em relação a outros países.
O Brasil ocupa o 156° lugar em um ranking de 188 países sobre a participação feminina nos parlamentos, sendo um dos que têm a menor presença das mulheres no Poder Legislativo. Em 2010, foram eleitas 45 deputadas federais, o que corresponde a apenas 9% do total das 513 vagas existentes. E para o cargo de senador, apenas sete foram eleitas para os 54 cargos disponíveis (renovação de 2/3 dos membros da Casa), o que equivale a apenas 13% do total.