Por Oliveira Júnior


O Ministério Público de Minas Gerais instaurou o inquérito civil com a finalidade de realizar auditoria interna, cunho jurídico, administrativo e técnico no Hospital Regional de Janaúba, diante de irregularidades encaminhadas ao MPMG.

O Promotor de Justiça Jorge Victor Cunha Barreto da Silva, da Comarca de Janaúba, também recomenda que os três diretores do Hospital Regional que foram demitidos no dia 30 de junho permaneçam no cargo para prestar os devidos esclarecimentos técnicos e contábeis sobre a situação do hospital neste e em anos anteriores. Através de ato da secretaria municipal de Saúde, foram demitidos o diretor geral Bruno Ataíde Santos, Magda Luciane Nascimento Santos, diretora assistencial e Lilian Celly Gonçalves Tolentino, no cargo secretária.

A Prefeitura de Janaúba ainda não emitiu nota informando sobre a demissão dos três diretores do hospital, que voltaram ao cargo no dia seguinte, diante da recomendação do MP. Conforme o estatuto da Fundação Hospitalar, a contratação e demissão de diretores têm que ter aprovação do Conselho Curador, e, no caso dos três diretores demitidos, não foi comprovado nenhum posicionamento do órgão.

Os três diretores assumiram os cargos em janeiro deste ano, após serem apreciados e aprovados pelos integrantes do Conselho Curador, além de dois outros diretores – uma médica e um contador – não foram afetados pelo ato demissionário. Segundo a atual diretoria, na manhã do dia 1º de julho, dois dos prováveis novos diretores já estavam na área administrativa do hospital.

ATO POLÍTICO
Mesmo que a prefeitura não tenha se posicionado, as evidências apontam que a demissão dos três diretores tenha sido ato político, possivelmente a mesma posição adotada para a exoneração do secretário de Saúde, Gilson Urbano Araújo, um mês antes.

Em reunião na segunda-feira (04), os diretores demitidos alegaram que sofrem retaliações e apresentaram um relatório financeiro no qual, aparentemente, demonstra provável morosidade por parte do executivo local no repasse de recursos para a unidade hospitalar.

Os membros do Conselho Curador, cinco do executivo municipal e cinco da sociedade civil, deverão participar de reunião ainda nesta semana para analisar os últimos acontecimentos no hospital, mantido pela Fundação Hospitalar de Janaúba.

AUDITORIA
O promotor de Justiça, Jorge Victor Cunha Barretto da Silva manifestou, através de portaria, pela instauração de inquérito civil, visando apurar possíveis irregularidades quanto ao funcionamento e gestão do hospital Regional de Janaúba, como a inexistência de medicamentos básicos, insuficiência da estrutura física do prédio hospitalar em razão de interdição de salas de atendimento, infiltrações e outras questões; falta de insumos para o funcionamento da sala de emergência; falta dos insumos necessários para a realização de exames de radiografia; escassez de equipamentos para a realização de cirurgias gerais e ortopédicas; insuficiência do número de médicos por plantão; atendimento de pacientes por acadêmicos deixando de ter contato direto com o médico plantonista, entre 2015 e 2016.