
A Promotoria de Defesa de Direitos Humanos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investiga supostas agressões a detentos no Presídio Regional de Montes Claros, no Norte de Minas.
Ontem, um ofício da Promotoria foi entregue à direção da unidade prisional, cobrando explicações após denúncias.
O MPMG determinou ainda que oito presos passem, imediatamente, por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
A direção do presídio tem até dez dias para se pronunciar.
DENÚNCIAS
A principal reclamação diz respeito a supostas agressões a internos. Segundo parentes de presos, maus-tratos são constantes por parte de agentes penitenciários.
“Quando vamos visitá-los, estão todos machucados de tanto apanhar”, afirma a mãe de um preso, que pediu para não ter o nome divulgado.
As agressões teriam piorado desde a última sexta-feira, quando 40 detentos de um pavilhão teriam sido espancados.
“Não fui autorizada a ver meu filho. Ele está isolado em uma cela. Os outros presos contaram que ele está bastante ferido”, desabafou outra mãe.
Ainda de acordo com a denúncia, a violência ocorre durante o banho de sol, um dia após as visitas. Familiares também relatam constrangimento e abuso de autoridade durante a revista a visitantes
Além disso, de acordo com a mulher de um dos presos, os agentes penitenciários estariam restringindo a alimentação dos internos.
“É dada comida estragada ou são retirados todos os alimentos que entregamos a eles nas visitas”.
O racionamento de água seria outro problema. “Eles são impedidos de tomar banho e há restrição até para beber água. Ninguém admite, mas as torturas são constantes”, contou a esposa de um interno.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que a administração do presídio não recebeu nenhuma denúncia sobre o caso. A Seap disse também que não foi notificada pelo Ministério Público sobre as denúncias e afirmou que não há registro de alteração na rotina de distribuição das refeições aos presos.