Altamir Gomes e José Pereira relatam dificuldades dos moradores no 1º turno (FOTOS: MÁRCIA VIEIRA)
Moradores de conjuntos habitacionais estão indignados com o transporte coletivo de Montes Claros. Além do constantes atrasos nas viagens, reclamam que no último dia 2 de outubro, alguns cidadãos não conseguiram votar por falta de ônibus.
Robson Santos Oliveira, residente no Recanto das Águas, foi à Câmara Municipal nesta 3ª feira (11) pedir para que a casa interceda.
Para ele, a inconstância no horário que o transporte chega aos bairros em dias comuns é prejudicial. E está preocupado com o segundo turno. Representando mais de 2.500 pessoas que moram no local, ele pede que a prefeitura reveja a situação.
“Não tem escolas próximas em que as pessoas possam votar e no dia da eleição a distância que eles tem que percorrer a pé é grande. Eu consegui votar, tenho veículo próprio, mas essa não é a situação da maioria. Teve gente que ficou 3h30 aguardando ônibus e desistiu”, relata.
“Eu queria votar e não tinha ônibus. Espero que tenha no segundo turno”, diz o aposentado José Pereira de Oliveira, morador do conjunto Monte Sião.
TRANSPECIAL
Já Altamir Pereira Gomes, está acidentado e por lei teria direito a utilizar o Transporte Especial (Transpecial), porém, no domingo o veículo não circulou.
“A gente não pode adoecer ou precisar do carro no domingo, porque o serviço não funciona. No meu caso, eu não conseguiria caminhar a pé por um quilômetro e meio para votar. Na semana os carros atrasam muito e nos finais de semana ou feriado, ficam parados. Mais de 100 pessoas da minha região ficaram sem votar”, denuncia Altamir.
De acordo com denúncia feira pela vereadora Iara Pimentel ( PT), 55 mil dos 287 mil eleitores aptos a votar deixaram de comparecer. Um dos motivos foi a falta de transporte.
“É um crime impedir que as pessoas participem do processo democrático. Como é uma situação urgente entramos com requerimento pedindo a justiça eleitoral para acionar o município e a MocBus para resolver essa situação”, informa a vereadora, que sugeriu ainda o passe livre como medida de reparação no segundo turno.
“Muitos municípios optaram pelo passe livre para que as pessoas pudessem votar com liberdade e tranquilidade. Montes Claros poderia ter feito o mesmo, mas não manteve nem a regularidade na grade de horário e houve prejuízo para a população. Muitos desistiram de votar”, complementou.
O QUE DIZ A MOC BUS
O diretor de marketing do consórcio Moc Bus, João Neto, informa que foi feita uma análise das quatro últimas eleições e o estudo não apontou necessidade de colocar reforço na data.
“O fluxo de usuário foi até menor do que é no domingo. Todo dia de eleição o nosso tráfego é acompanhado e, se necessário, a gente entra com reforço, o que não aconteceu no 1º turno. No domingo o intervalo de tempo entre um ônibus e outro é maior, porque não temos demanda. No segundo turno vamos proceder da mesma forma. Caso tenha necessidade vamos colocar reforço”, informa João.
Além disso, ele pontuaque , em relação ao Transpecial, é de responsabilidade do município que, por meio da MCTrans, faza solicitação – o que não ocorreu.
Até o fechamento desta edição, o procurador da prefeitura de Montes Claros, Otávio Rocha não retornou o contato para falar sobre o assunto.