A presidente do Supremo Tribunal Federal ministra Cármen Lúcia, afirmou que o número de homicídios no Brasil, superior ao de países que estão em guerra é “incompreensível”. No ano passado, 58 mil pessoas foram assassinadas, resultando em uma média de 170 assassinatos por dia. Ela destacou o assassinato de mulheres.
- O número de mulheres assassinadas só pela circunstância de ser mulher não condiz com nenhuma situação aceitável no momento em que vivemos. Onde uma mulher é assassinada, todas as mulheres também são – disse ela.
Além disso, a ministra defendeu que as instituições de segurança pública sejam repensadas para fortalecer os policiais como agentes do Estado e evitar que se tornem um instrumento contrário à sociedade.
- Mais do que uma Justiça que está julgando os casos, estamos trabalhando para que a conflituosidade possa ser solvida e prevenida.
Carmen Lúcia também defendeu um “esforço concentrado” entre o Judiciário, a Ordem dos Advogados do Brasil e Defensoria Pública.
- Um Estado nacional que tem o número de homicídios superior ao de Estados que estão em guerra, não é algo compreensível - reiterou.
A ministra ressaltou que “não é o momento de culpar o governo”, e sim de ter “responsabilidade” para que a comunidade jurídica dê uma resposta aos cidadãos, a fim de recuperar a confiança nas instituições e evitar a sensação de impunidade.