Da Redação
A situação da saúde em Minas Gerais, em particular no Norte, foi discutida durante mais de duas horas com o secretário executivo do ministério da Saúde, Paulo Coury, que participou de reunião extraordinária da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Os problemas da região ganharam destaque durante a audiência, já que dos quatro deputados que compõem a Comissão de Saúde, dois deles, Ruy Muniz e Carlos Pimenta, representam a região.
Ao defender, durante o encontro, que recursos do orçamento e de emendas parlamentares possam ser destinados também ao custeio de hospitais, e não somente para obras de expansão de área física e compra de equipamentos, o deputado Ruy Muniz ouviu do secretário executivo do Ministério da Saúde que não existe nenhum impedimento neste sentido, embora Paulo Coury reconheça que a preferência do ministério é mesmo por investimentos na área física, por considerar que a prestação de contas de recursos destinados ao custeio seja bem mais complexa. O deputado citou como exemplo a Santa Casa de Montes Claros, que, apesar de conseguir recursos para ampliação e modernização, enfrenta dificuldades financeiras para manutenção e até pagamento de funcionários.
Outra questão levantada por Ruy Muniz foi a necessidade de uma definição dos recursos orçamentários municipais, estaduais e federais destinados a saúde, o que será possível através do Projeto de Emenda Constitucional N° 29, que, apesar de aprovada pelo Congresso, ainda não foi regulamentada. O objetivo é evitar que o dinheiro, que obrigatoriamente teria de ser destinado ao setor, seja desviado para outras áreas afins.
O deputado Carlos Pimenta, outro norte-mineiro que é membro da Comissão de Saúde, reclamou da falta de recursos para o atendimento de alta complexidade. Ele defendeu a rápida aplicação do Cartão Nacional de Saúde, para evitar que municípios como Montes Claros paguem a conta do atendimento que fazem a moradores de várias cidades de Minas e de outros estados com as quais o município não esta pactuado.