Eduardo Brasil
Repórter
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Sumido da mídia desde que perdeu as eleições de 2004, então candidato do nanico PCO - Partido da Causa Operária à sucessão de Jairo Ataíde - PFL, quando afirmava que chegaria à prefeitura de Montes Claros com o apoio de 99% do eleitorado, Fábio Novaes reapareceu.
Fábio Novaes reaparece, diz que desistiu de ser candidato à sucessão de Lula e que a meta agora é chegar ao palácio da Liberdade
(foto: Luís Alberto Caldeira)
Não exatamente para confirmar candidatura à sucessão de Lula na presidência da República, que ele sinalizara ao sabor da derrota das urnas majoritárias - quando ficou em último lugar, mas para anunciar sua disposição de concorrer ao governo de Minas Gerais e, desta vez, envergando as cores do Prona - Partido da Reconstrução Nacional, do deputado federal Enéas Carneiro, aquele mesmo, do famigerado - Meu nome é Enéas!.
- Vamos entrar na luta e vamos entrar para ganhar. Ninguém está brincando de política - afirma.
ENÉAS
Fábio Novaes explica que o recuo da corrida presidencial se deve à sua mudança de partido e, exatamente, por causa do novo e ilustre correligionário, Enéas Carneiro, político de atitudes reconhecidamente bizarras, além de experimentado aspirante a chefe da Nação - embora derrotado nas suas três tentativas que protagonizou de subir a rampa do Planalto.
- Estive com ele em Brasília, quando foi confirmada a disposição do partido em lançar meu nome na disputa pelo governo de Minas Gerais. Mas, a indicação só será possível no mês de julho, na convenção do Prona.
Até lá, Fábio Novais informa que estará coordenando a campanha de Enéas à presidência da República na região e em outras partes do país.
- Já estive em Salvador, São Paulo Brasília e Belo Horizonte atuando com este propósito. Hoje ainda, sigo para outros lugares levando a nossa mensagem para a reconstrução do Brasil e de Minas Gerais, com um governo livre dos ladrões que roubam o povo - ressalta, dizendo que permanece na política para ajudar o Brasil a sair da lama da corrupção.
JESUS CRISTO
Fábio Novais não recorre a comedimentos para ressaltar grandes oportunidades de dirigir Minas Gerais, ainda que reconheça o favoritismo, até aqui, insuperável, do governador Aécio Neves, sua modesta projeção no cenário da política em Montes Claros - e a sua quase absoluta certeza de que repetiria uma campanha tão esvaziada de recursos financeiros quanto foi a de 2004 – que ele chamava de Campanha da sola de sapato, referindo-se às suas incansáveis caminhadas em busca do voto.
Numa colocação – digamos que quase impensada -, ele busca nos exemplos de Jesus Cristo inspiração para repetir o Nazareno e vencer obstáculos.
- Não tenho a pretensão de me igualar ao Senhor. Mas, se Cristo transformou o mundo, por que eu não poderia transformar Minas Gerais? Em política, tudo é possível. Se o governador diz que tem o apoio de 87% dos prefeitos, eu espero o apoio de 99% do eleitorado mineiro.
SEM APELO
Fábio Novais garante que não existe nenhum propósito de se projetar na imprensa anunciando uma pré-candidatura ao palácio da Liberdade que, para algumas pessoas chega às raias do absurdo.
- É mais um ato recheado do folclore que já reconhecemos existir em Fábio Novaes. Mas ele tem todo o direito de pleitear o cargo. Até mesmo no chamado Primeiro Mundo um palhaço de circo concorreu à presidência da França. Só não ganhou - comenta um dos candidatos das eleições de 2004 e que prefere permanecer no anonimato.
Indiferente a comentários que possam até desmerecer suas pretensões, Fábio Novaes não se deixa abater.
- Isso não me abala e nem me leva a desistir de nada. Eu vou ser o futuro governador de Minas Gerais. Basta meu nome ser homologado na convenção - encerra o pré-candidato, até agora, segundo ele, a única opção que o Prona teria para a sucessão de Aécio Neves.