Vereador peemedebista diz que nova secretária de Saúde tem currículo, mas que precisa ficar atenta contra o núcleo duro do poder para não perder o cargo

Eduardo Brasil


Repórter


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O vereador Athos Mameluque – PMDB acredita que a nova secretária municipal de Saúde, Jussara Melo fará um bom trabalho à frente da pasta, mas não se esquivou de aconselhá-la a ficar atenta para que não lhe ocorra o mesmo que ocorreu com os seus antecessores, que não conseguiram fugir das armações do pessoal da prefeitura – ela é a quarta pessoa a comandar o setor municipal de Saúde na atual administração, em dois anos e sete meses.

- Jussara Melo deve ficar atenta para não ser fritada, como todos os outros o foram – ressalta o vereador que faz oposição ao governo Athos Avelino – PPS.

Athos Mameluque aconselha nova secretária


a ter autoridade para não precisar sair pelas portas


dos fundos da prefeitura (foto: arquivo/ Wilson Medeiros)

De acordo com Athos Mameluque, o prefeito frustrou a todos como administrador e, sobretudo, revelando-se um incapaz de gerir um setor para o qual todos esperavam dele um desempenho eficaz, o de Saúde, considerando sua profissão de médico na vida privada.

- Como médico, todos esperavam que ele melhorasse o setor de da saúde do município, pelo menos isso. Mas nem para isso ele mostrou ser capaz. O setor de saúde piorou com a sua administração. É uma calamidade, com postos e centros de saúde sem profissionais, sem medicamentos, sem prestar atendimento à população que precisa desses serviços.

Para o vereador, só o fato de a atual administração ter contado com quatro secretários de saúde em apenas dois anos e sete meses já demonstraria o caos em que vive a saúde pública em Montes Claros, com a população sem o mínimo de assistência médica.

PELOS FUNDOS

Athos Mameluque chama a atenção da nova secretária para que ela busque autonomia. Para ele, é indispensável que a nova titular da pasta obtenha autoridade plena para desenvolver um trabalho compatível com os graves problemas que o povo enfrenta quando recorre ao serviço de saúde pública.

- O prefeito coloca beltrano, fulano, cicrano como secretários, mas o que pretende é torná-los de fachada, figurantes de suas peças publicitárias na televisão onde é ator principal, e não lhes dá autonomia para fazerem nada. Foi assim com os três secretários que antecederam à Jussara Melo, que tem currículo para se impor, e ela precisa fazer isso em benefício da população. O povo não pode continuar sendo vítima de uma administração inoperante e incompetente e que coloca sua vida em risco - completa.

Para o vereador peemedebista, a imposição do prefeito Athos Avelino, em concentrar decisões, apoiado pelo núcleo duro do poder seria um dos fatores que levaram os antecessores de Jussara Melo a abandonarem o governo municipal.

- Júnior Souto, por exemplo, que saiu por último sem apagar as luzes, nem sequer teve a oportunidade de explicar ao povo, à câmara municipal, porque deixou a secretaria. Não teve oportunidade, não deixaram ou não quis? O fato é que ele saiu pelas portas dos fundos da prefeitura, sem falar nada sobre a decisão. Tomara que Jussara Melo não precise fazer o mesmo.

DÚVIDA

Athos Mameluque voltou a indagar os motivos que levariam o prefeito a permitir que setores importantes, como o de Saúde, passem por momentos tão precários. Ele reitera os valores financeiros que o município tem para tornar o atendimento médico popular dinâmico e eficaz, a partir do milionário orçamento anual que defende.

O vereador lembra que, hoje, o orçamento municipal é de 409 milhões de reais e que esses valores o levam a deduzir que, diariamente, o prefeito tem, à sua disposição, nada menos que um milhão cento e trinta e seis mil reais para gastar e que esse dinheiro poderia ser aplicado na saúde.

- E não é. Aí reside a maior dúvida: onde essa fortuna está sendo aplicada, todos os dias. Essa é uma pergunta que tenho feito há meses e que até hoje não apareceu ninguém da prefeitura, do círculo do prefeito para me responder. Onde está sendo aplicada essa dinheirama toda? – indaga o parlamentar.