A frase que dá título a essa matéria predominou na manhã de ontem (13) em frente ao prédio da prefeitura de Montes Claros. Era gritada insistentemente pelos manifestantes, servidores contratados da administração anterior que até hoje não receberam os salários de dezembro e muito menos os valores referentes às rescisões contratuais. Eles exigiam falar com o prefeito sobre o assunto.

Mas, isso não aconteceu. Apesar de o brado dos manifestantes ter chegado ao terceiro andar do prédio, o prefeito Humberto Souto, como na segunda-feira (9), quando a primeira reação ao que os servidores chamam de “calote” teve lugar, reunindo dezenas de servidores que irromperam pela prefeitura (incluindo os efetivos que também não haviam recebido os vencimentos), fez ouvido de mouco e permaneceu indiferente. Não deixou o seu gabinete para enfrentar a situação de frente.

Para os manifestantes, uma atitude mais que censurável, “pois denota a falta de seriedade do prefeito diante de uma questão que compete a ele resolver e que afeta gravemente pais e mães de famílias que se sentem injustiçados”.

ENVIADO
Entendendo que a prefeitura não poderia continuar se esquivando de dar uma resposta aos trabalhadores, que estavam dispostos a permanecer na porta da prefeitura de onde sairiam somente depois de o Executivo recebê-los, a administração decidiu ouvir os manifestantes. Mas a missão não coube ao prefeito, que permaneceu no seu gabinete. Ele designou um de seus assessores, o secretário de Finanças, Coriolano Ribeiro, que finalmente conversou com uma comissão representando os trabalhadores.

- Ele disse que na próxima terça-feira, dia 17 de janeiro, o prefeito anunciará o pagamento de nossos salários. Anotamos a data e não vamos nos esquecer. Se o prefeito não nos pagar, e parece ser esta a sua intenção, já que existe a informação de que ele quer protelar ao máximo esta decisão, continuaremos cobrando dele o dinheiro que é nosso – disse um dos manifestantes que conversou com o secretário municipal.

Ainda de acordo com os manifestantes, na terça-feira eles novamente se dirigirão à prefeitura para acompanhar de perto o anúncio do prefeito.

- Não arredaremos o pé daqui. Ele não vai escapar com o nosso dinheiro. Trabalhamos e exigimos o que é nosso, por direito. Queremos pagamento, prefeito – reiterou uma manifestante que nos últimos quatro anos atuou na área da educação municipal, período em que recebia o seu salário “antes mesmo da data de pagamento”.

- A gente era feliz e não sabia – concluiu.