Do mesmo modo como cresceram os votos brancos e nulos nestas eleições, voltou a aumentar a proporção dos brasileiros contrários à obrigatoriedade do voto. Segundo pesquisa do Ibope, desde 2010 cresceu de 51% para 54% a taxa daqueles que são contra o voto obrigatório. É a mesma proporção encontrada pelo Ibope dez anos atrás.
Diante do crescimento em 2016 dos votos brancos e nulos e do aumento da abstenção, há o temor de que o fim da obrigatoriedade de votar diminua a representatividade da democracia brasileira. No limite, arriscaria a sua legitimidade por causa da chance teórica de se eleger os governantes pela minoria da minoria.
Muitos perguntam no caso de o voto se tornar facultativo, sobre o impacto que isso teria sobre o resultado da eleição. Baseando-se no perfil de quem diz que compareceria à urna mesmo sem ser obrigado, acredita-se que candidatos e partidos com eleitorado mais escolarizado, menos pobre, e concentrado nas pequenas cidades, se sairiam melhor.
Levando-se em conta o partido de preferência, o PT teria hoje mais a perder com o fim do voto obrigatório do que PMDB e PSDB: 62% dos petistas dizem que votariam mesmo se não fossem obrigados, contra 72% peemedebistas e 79% dos tucanos.