O Ministério Público Federal denunciou, no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, ambos pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, e a ex-primeira-dama Maria Letícia Lula da Silva, por lavagem de dinheiro.
Segundo os procuradores, Lula participou de um intricado esquema para desviar entre 2% e 3% dos valores de contratos assinados entre a Odebrecht e a Petrobras. O cifra total dos desvios ultrapassaria R$ 75 milhões.
PROPINA
O dinheiro teria sido usado para pagar propina aos partidos PT, PP e PMDB, além de promover o enriquecimento ilícito do ex-presidente, escreveram os procuradores.
Os contratos foram firmados pelas diretorias de Abastecimento e Serviços da Petrobras, ocupadas por Paulo Roberto Costa e Renato Duque, respectivamente. Em troca da propina, Lula teria loteado cargos públicos com o intuito de garantir apoio parlamentar para a nomeação dos dois diretores.
Uma das formas do ex-presidente receber a propina se deu por meio da compra e manutenção da sede do Instituto Lula, em São Paulo, pela Construtora Norberto Odebrecht, segundo os investigadores. O negócio, de mais de R$ 12 milhões, teria sido fechado com a intermediação do ex-ministro Antonio Palocci e de seu assessor, Branislav Kontic, também denunciados.