“Lamentável que autoridades públicas, no exercício de seu dever legal, fiquem sujeitas a retaliações por parte de investigados, ou acusados, que confundem o exercício do dever funcional com ilícitos.”
As palavras acima foram escritas pelo juiz federal Sérgio Moro, dos processos em primeira instância da Operação Lava-Jato, que deferiu acesso à Advocacia-Geral da União, em despacho, para que ela defenda a Polícia Federal em ação movida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra a equipe de investigações do caso Petrobras.
A defesa do ex-presidente Lula quer que o delegado da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba pague ao petista R$ 100 mil por danos morais após afirmar, no relatório de indiciamento do ex-ministro Antonio Palocci, que o codinome “Amigo” na planilha de propinas encontrada com executivos da Odebrecht seria uma referência ao ex-presidente.
“Luiz Inácio Lula da Silva era conhecido pelas alcunhas de ‘Amigo de meu pai’ e ‘Amigo de EO’, quando usada por Marcelo Bahia Odebrecht e, também, por ‘Amigo de seu pai’ e ‘Amigo de EO’, quando utilizada por interlocutores em conversas com Marcelo Bahia Odebrecht”, diz o relatório do delegado.