Eduardo Brasil
Repórter
www.onorte.net/eduardobrasil
O vereador Lipa Xavier – PCdoB concorda que a maioria dos colegas da câmara municipal de Montes Claros tem recorrido ao artifício de repetir cenas divergentes para evitar que temas importantes sejam debatidos.
- As duas últimas tentativas inócuas de debatê-las, caso do IPTU e agora do aumento salarial dos servidores municipais nos levam a concordar, sim, com a colocação de que o legislativo cria discussões inúteis para não se discutir coisa nenhuma – ressaltou o parlamentar, frisando que ainda que os vereadores não tenham a prerrogativa do executivo de decidir sobre aumento salarial dos servidores, por exemplo, ou sobre valores do IPTU, é importante que eles induzam à discussão dessas questões.
- Esse é o papel da câmara municipal e ela não pode se furtar a esse papel, de ser o indutor da discussão que tenha leis como tema. Infelizmente, isso tem acontecido, através da maioria dos vereadores. É um comportamento que precisa acabar.
FATIA DO BOLO
Lipa Xavier entende que o servidor público precisa ser compensado nas suas perdas salariais. Segundo ele, observar a lei, concedendo o reajuste atendendo à data-base da categoria, não seria uma medida difícil para o município.
O vereador argumenta que a facilidade estaria no fato de que, no espaço de tempo em que os servidores municipais não tiveram reajustes nos seus vencimentos, o município conseguiu reunir substanciais recursos.
- Tivemos nesse período de cerca de seis anos, sem que os servidores tivessem aumento salarial, seguidos reajustes da planta de valores do IPTU, que acabou apertando uma parcela expressiva da população, tivemos o aumento da arrecadação municipal... O próprio orçamento do município, nesse intervalo, teve uma curva ascendente.
Para o parlamentar, isso significa maior montante de recursos externos, do Estado e da União, mas também maior volume de recursos arrecadados da própria população de Montes Claros sobre a forma de tributos.
- Em contra-partida, para os servidores efetivos, não existe dinheiro para recompor suas perdas salariais. É aquela história do bolo que cresce, sem que uma fatia desse bolo seja dada a quem de fato merece.