Depois de conseguirem
a reintegração ao serviço,
trabalhadores têxteis
querem acabar com sindicato
Eduardo Brasil
Repórter
Depois da vitória obtida no TRT-MG - Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, em Belo Horizonte, no dia 27 de abril passado, quando, por unanimidade, os juizes decidiram pela sua reintegração aos quadros do grupo Coteminas/Cotenor, de onde teriam sido demitidos, no ano passado, por questões políticas (eles integravam uma chapa de oposição que concorreria nas eleições do sindicato dos trabalhadores têxteis de Montes Claros), os dezesseis funcionários beneficiados pela decisão judicial, e já autorizados a retornarem ao serviço, iniciaram novo movimento na defesa da categoria.
Através de panfleto distribuído na cidade, no dia primeiro de maio, eles comemoram a decisão do TRT-MG de reintegrá-los ao trabalho e anunciam a manutenção da Chapa 2 - Oposição, a mesma que gerou o impasse em 2006, preservando os mesmos membros anteriores, para concorrer a um novo pleito sindicalista.
SINDICATO PELEGO
De acordo com os trabalhadores, assim que a justiça definir pela realização de uma nova eleição, eles imediatamente tratarão de marcar uma data para a disputa pela direção da entidade sindical.
- Vamos insistir na reformulação do sindicato, que está sendo conduzido há mais de vinte anos pelas mesmas pessoas, ligadas aos interesses patronais – acrescenta Lourival Ribeiro, um dos empregados readmitidos pela decisão judicial e que trabalhou na empresa por um período de quase dez anos.
- Nesse tempo todo nunca faltei ao serviço, nunca recebi uma advertência. Mas, a partir do momento em que me inscrevi na chapa de oposição, passei a ser perseguido. Acabei demitido por essa questão política, mas felizmente a justiça funcionou em nosso benefício, acabando com uma injustiça dos grandes contra os pequenos – diz ele, que pretende voltar ao trabalho na semana que vem.
- Espero que a perseguição não continue. Preciso trabalhar. A qualquer tentativa de nos pressionar, recorreremos novamente à justiça – garante.
JUSTIÇA E ELEIÇÃO
De acordo com membros da Chapa 2 – Oposição, eles agora aguardam outra decisão da justiça, desta vez sobre a lisura da eleição realizada no ano passado, com chapa única, que manteve a diretoria considerada pelega à frente da entidade.
Ainda segundo eles, a categoria confia que a obrigatoriedade de um novo pleito será anunciada pela justiça - face às diversas irregularidades que as eleições teriam guardado, segundo eles, quando os trabalhadores foram induzidos a votarem nos candidatos que a empresa apontou, sem terem outra opção.
- Essa falcatrua não durará muito tempo – asseguram.
A direção da empresa nos demitiu para que não interferíssemos na condução do sindicato, que não tem feito nada pelos trabalhadores têxteis. É uma diretoria formada por pelegos, que são manipulados pelos patrões. Vamos vencer as próximas eleições e promover as mudanças que a categoria vem cobrando há décadas – completa Lourival Ribeiro.
A reportagem não conseguiu ouvir funcionários da Coteminas sobre o assunto.