Eduardo Brasil


Repórter

Ao receber, na semana passada, nas comemorações dos 151 anos da cidade, a Medalha Ivan José Lopes de Honraria a Montes Claros, a mais importante comenda outorgada pela câmara municipal, o empresário Jamil Habib Curi não escondeu a emoção.

Jamil Curi:


- A honraria me dá novas atribuições pelo desenvolvimento de Montes Claros


(foto: ARTUR JUNIOR)

- A barra é pesada – disse ele, que precisou interromper seu discurso por mais de duas vezes, tomado pelo choro e sem conseguir esconder as lágrimas.

- Por mais que eu tenha vindo a essa tribuna receber homenagens que me são tão caras, essa é uma ocasião muito especial. Portanto, é um gesto que me torna ainda mais comprometido na luta pelo nosso desenvolvimento municipal e regional. Diante dessa responsabilidade, eu me coloco mais uma vez à disposição de vocês, com o juramento de que farei tudo para merecer a distinção.

O empresário, antes de receber a comenda, falou com exclusividade a O Norte sobre política, comentando o processo político finalmente deflagrado para a sucessão municipal.

Jamil Curi confirmou que chegou a ser procurado para concorrer ao pleito majoritário, como de outras vezes também o fora, uma vez que teria o perfil apropriado para conduzir o executivo montes-clarense.

- Na verdade, não recebi nenhum convite a nível político, embora tenha sido procurado sob a justificativa de que eu seria importante para administrar a cidade de fora para dentro, considerando os contatos que tenho além de Montes Claros. Mas, preferi permanecer na minha posição de modesto empresário, porque acredito que posso fazer tanto quanto por Montes Claros ocupando entidades – disse o empresário, ex-presidente da ACI – Associação comercial, industrial e de serviços de Montes Claros, e atualmente diretor de Assuntos Estratégicos do Indi-MG – Instituto de desenvolvimento industrial de Minas Gerais, cargo que ocupa por indicação dos deputados que integram a bancada do Norte na assembléia do estado.

SUCESSÃO MUNICIPAL

Para Jamil Curi, o quadro que a sucessão municipal em Montes Claros apresenta é o mais democrático possível, com um grande número de candidatos procurando se destacar no cenário político.

- Quanto mais candidatos melhor. Pior seria se ninguém quisesse ser – acrescentou, enfatizando a importância que o processo sucessório teria para o desenvolvimento municipal com o surgimento de novas lideranças.

- Isso é extremamente importante. Que despertem essas novas lideranças. Temos uma cidade rica em vários aspectos, uma fábrica de gente que realiza, que faz as coisas e precisamos, como cidade universitária, inclusive, explorar essas potencialidades. Temos de contar com pessoas que de fato queiram investir do cargo público para alcançar essas metas.

INDI

Jamil Curi destacou também o trabalho que vem imprimido no Indi-MG em benefício das regiões do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

- Estamos criando, agora, uma unidade no Indi para dar assistência a essas regiões. Não podemos abrir mão dessa unidade. Minha principal função, hoje, no instituto, é consolidar nela uma diretoria que represente a nossa região – sublinhou o empresário, revelando que existem diretorias representando todas as demais regiões do estado, menos as do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

- Nosso objetivo é instalar essa diretoria e colocar, nela, depois de mim, outro representante de nossa região para prosseguir na busca de investimentos.

De acordo com Jamil Curi, o Indi é um portal, uma entrada de investidores em Minas Gerais e que por isso é preciso estar vigilante.

- Assim, em apenas um ano à frente da diretoria de Assuntos Estratégicos já consegui despertar o interesse de vários empresários para a nossa região, principalmente os que atuam na área de exploração de minério de ferro em Rio Pardo, onde as sondagens já apontaram para uma reserva de ferro estimada em 10 bilhões de toneladas, pouco menos que a metade do que existe no quadrilátero de Minas Gerais. E é um produto com 40% de pureza.

REALIDADE ECONÔMICA

Ele também destacou investimentos no setor de silvicultura que dimensionarão as atividades econômicas da região com a exploração da madeira.

- Inclusive, agregando valor com a transformação e tratamento da madeira. Estes dois setores, silvicultura e extração de minério, portanto, já são uma realidade nossa, e têm tomado a nossa atenção e pelos quais estamos trabalhando intensamente – completou o empresário, observando ainda os investimentos que os iranianos estariam injetando na região, através do Indi, plantando pistache, para que possam enriquecer, aqui, o acabamento final dos tapetes persas.

- Sem esquecer nossas gestões para que novos investidores atuem na produção de matéria-prima para a usina de Biodiesel, que está sendo instalada em Montes Claros pela Petrobrás entre outras ações que estão sendo fundamentais para o desenvolvimento de Montes Claros e da região – encerrou Jamil Curi.