Municípios mineiros vêm amargando vários prejuízos com a retenção dos repasses pelo governo do Estado durante 2018. Uma das grandes preocupações neste início de ano é a retomada das aulas nas escolas públicas. Sem a liberação da verba dos recursos do Fundo da Educação Básica (Fundeb), há a perspectiva de que o ano letivo só comece após o Carnaval. Um adiamento que pode prejudicar o calendário e a vida escolar.

Esse será um dos assuntos a serem definidos hoje durante reunião do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Área Mineira da Sudene (Cimams), que contará com a presença do prefeito de Moema e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda.

Segundo o prefeito de Matias Cardoso e presidente do Cimams, Edmárcio Moura Leal, a pauta é de extrema importância e espera o comparecimento de todos os municípios consorciados.

“Temos que estar mobilizados neste momento, pois são os municípios que sofrem as penalidades dessa crise. As prefeituras têm vontade de acertar, porém está faltando o recurso”, disse o prefeito sobre o atraso no pagamento do funcionalismo que ocorre em algumas prefeituras.

Algumas, porém, definiram pelo pagamento da folha em detrimento de algumas obras, como a prefeita de Varzelândia, Valquíria Cardoso (MDB), com cerca de R$ 10 milhões a receber entre recursos do Fundeb, ICMS, IPVA e outros.

“Sem esse dinheiro, o município fica com dificuldade para atender e prestar serviços à população. Temos problemas com as ruas e estradas que dão acesso ao homem do campo e foram danificadas pela chuva. Há investimentos também a serem feitos na saúde, mas nós priorizamos o pagamento da folha da educação”, disse Valquíria.

“Espero sair com uma solução a partir dessa reunião. O que mais preocupa é o início do ano letivo. As crianças não podem ficar fora da escola e ter uma perda com a carga horária. Eu acredito que se o governador fizer os repasses regularmente, em poucos meses, com ajustes e cortes de gastos, os municípios poderão regularizar a situação”.

Já o prefeito de Claro dos Poções, Norberto Marcelino (PDT), aguarda a definição na reunião, mas está propenso a começar as aulas somente após o Carnaval.

“Não houve o repasse integral, mas já houve uma melhora considerável. O que a gente quer é que ele volte a pagar em dia e integralmente para garantirmos os serviços”.