Milhares de pessoas que engrossam a oposição ao governo de Michel Temer, nas principais cidades do país, deverão sair às ruas ao longo desta quarta-feira (7) em protesto pedindo a antecipação das eleições diretas para presidente da República. Até aqui nada de extraordinário, já que pela legislação vigente o apelo pode até vingar. O que pode acontecer de danoso ao clima democrático é a infiltração de baderneiros entre os manifestantes, o que pode exigir reação das forças policiais.
Existem três caminhos para que uma nova eleição presidencial ocorra mediante voto direto da população, sem contar uma improvável renúncia de Michel Temer. Dois desses caminhos passam pelo apoio de três quintos dos parlamentares de cada Casa do Congresso Nacional, ou seja, de 308 dos 513 deputados e de 49 dos 81 senadores. A base aliada de Temer, na Câmara, é de cerca de 400 deputados e, no Senado, de 61 senadores.
Outro caminho passa pela cassação da chapa Dilma-Temer (eleita em 2014). Acontece que a matéria está parada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No caso de uma renúncia de Temer, decisão que o presidente está longe de tomar, há uma questão de prazos: para a eleição ocorrer, tudo teria de acontecer ainda em 2016, antes do término do segundo ano do seu mandato, conforme previsto na legislação brasileira. Se acontecer depois, Temer seria substituído por um presidente eleito indiretamente pelo Congresso Nacional.