Governador Fernando Pimentel faz empréstimo caro a municípios e discursa como se prestasse favor
Boa parte dos quase R$ 60 milhões que o Estado vai emprestar aos municípios (R$ 38 milhões) será usada em obras de urbanização
POR LUÍS CLÁUDIO GUEDES
![]() Enquanto prefeituras de cidades pequenas e pobres, como Miravânia, podem se endividar para além do mandato do atual prefeito, o governo estadual economiza um bom dinheiro |
O governador de Minas, Fernando Pimentel, reuniu, na semana passada, prefeitos para anunciar financiamentos pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) a 57 prefeituras – quase 20% do total de 395 municípios que candidataram ao edital lançado em agosto do ano passado. Boa parte dos quase R$ 60 milhões que o Estado vai emprestar aos municípios (R$ 38 milhões) será usada em obras de urbanização. O mais curioso é que Pimentel discursou como se estivesse repassando o dinheiro a fundo perdido e não forçando entres públicos, no mais das vezes falidos, a exemplo do próprio Estado, a pegar juros a preço de mercado.
- O Estado está desenvolvendo o seu papel. O nosso entendimento é que o melhor agente para resolver os problemas da população é o gestor municipal. Então, o governo não deve economizar recursos para ajudar as prefeituras, porque, se os municípios tiverem condições de fazer o seu trabalho, o Estado vai bem - disse o governador.
Sim, Minas vai bem obrigado quando prefeitos de municípios paupérrimos como é o caso de Miravânia, no extremo Norte de Minas, é obrigado a contratar financiamento junto ao banco de fomento mineiro e ainda pagar a juros de 5% ao ano mais a taca Selic – atualmente em 14,25% ao ano.
O prazo para pagar a ‘bondade’ do governador é de até seis anos. De resto, se prefeituras pobres e mal administradas, como Miravânia, podem se endividar para além do mandato do atual prefeito, o governo estadual economiza um bom dinheiro. Menos, Pimentel. Se o governo de Minas virou banco, seria de bom tom evitar de bom mocismo a quem pagar a conta.