Os eleitores não escondem indignação com a situação a que chegou a sucessão municipal em Francisco Sá. Para o comerciante Pedro Ruas, 55 anos, a culpa de toda a confusão, que pode até forçar uma nova eleição em Francisco Sá, no ano que vem, seria da justiça eleitoral.
- A justiça errou ao deixar que os dois candidatos, alvos de processos judiciais, disputassem as eleições. Deveria tê-los impedido desde o início, quando anunciaram essa pretensão, evitando que o povo perdesse tempo indo às urnas. Se a justiça deixou que eles fossem candidatos, não lhe cabe agora dizer o contrário, que eles não podiam. O que ela, a justiça, tem de fazer é respeitar a vontade popular, da maioria, caso contrário teremos um ano difícil – protesta o comerciante.
A trabalhadora rural, Aparecida Martins, também de 55 anos, da comunidade de Baixa do Charquinho entende que as autoridades deveriam respeitar a opção da maioria dos eleitores.
- O povo escolheu o prefeito Antônio Dias, como eu. Então? A justiça deveria manter a sua vitória. Ele ganhou a eleição de forma limpa e merece voltar para a prefeitura.
JOVENS
Não são somente os adultos que defendem a validade dos votos dados aos dois candidatos. Os jovens, até mesmo aqueles que ainda não têm idade para votar, estão contrariados com a possibilidade de as eleições serem anuladas ou de ascender ao executivo um candidato que reuniu menos de 600 votos e que não teria a preparação adequada para o cargo.
- Essa confusão não deveria estar acontecendo. Quem perde é a população As pessoas se sentem desvalorizadas, como se tomassem o seu maior patrimônio numa democracia, que é o voto. Eu não permitiria que anulassem meu voto por erros dos outros. Quem ganhou as eleições, deve tomar posse. Não tenho culpa se a justiça errou. Eu não errei – ressalta Ana Luiz Gomes, 16 anos, estudante.
Para sua colega, Márcia Pereira, da mesma idade, a realização de uma nova eleição, além de outros problemas, traria mais ônus à população.
- Sabemos que as eleições levam muito do nosso dinheiro, do dinheiro do povo. Realizar mais uma eleição é penalizar a população que já não agüenta mais tanto sufoco – completa a estudante.