Fátima Pereira diz que prefeito repete atos da ditadura militar

Jornal O Norte
Publicado em 15/03/2007 às 09:46.Atualizado em 15/11/2021 às 08:00.

Vereadora da oposição voltou a acusar o prefeito Athos Avelino de administrar o município com mão-de-ferro



Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil



A vereadora Fátima Pereira – PP ressalta que, além de controlar a maioria dos vereadores na insistente ingerência sobre as decisões que caberiam exclusivamente ao legislativo de Montes Claros, tomando a independência do plenário, e levando-o a votar matérias de seu exclusivo interesse político, o chefe do executivo também abusaria do seu direito de baixar medidas através de decretos.






Fátima Pereira diz que o prefeito Athos Avelino tem marcado sua administração com recaídas que remontam aos tempos da ditadura militar (foto: arquivo/ Wilson Medeiros)



Para ela, apesar de ser um expediente legal, o recurso é autoritário e caracteriza uma alternativa despótica de governar, utilizada em larga escala nos anos de chumbo que marcaram as décadas de 1960, 70 e meados da de 80, quando o Brasil era gerenciado pela ditadura militar.



- Porque impera a vontade de uma pessoa sobre uma determinada matéria que na verdade deveria ser discutida pelo legislativo, publicamente, votada pelos vereadores com toda a transparência possível, medindo seus aspectos positivos e negativos para adequá-la às necessidades do povo. Se o prefeito mal ouvia os seus aliados na câmara, agora, nem isso ele faz. Toma medidas diretamente do seu gabinete, em total desprezo ao parlamento municipal.



FASCISMO



Fátima Pereira acrescenta que o prefeito Athos Avelino também usaria o recurso do decreto omitindo sua publicação na íntegra, na imprensa local, enquanto teria mais de um milhão de reais para aplicar em publicidade verdadeira. Lembra que flagrou esse recurso, fascista, de esconder a verdade, ao deparar com publicação do executivo em alguns jornais da cidade.



- Tenho observado que os decretos nem são publicados nos jornais. Quando isso ocorre, a publicação é pela metade, omitindo da população as informações mais importantes – acusa a parlamentar, observando que a prefeitura tapeia o povo ao orientá-lo a recorrer à Internet para obter os outros subsídios negados.



- E quem não tem acesso à Internet? Como ficam essas pessoas quando não podem saber sobre as decisões que interferem na sua vida?



LEI DO PREFEITO



Como exemplo da arbitrariedade que estaria sendo conduzida por Athos Avelino, ela cita que foi procurada por servidora que, por defender dois cargos no setor de Educação, teve seu pó-de-giz, remuneração extra a que tem direito por lei cortado. 



- Disseram a ela que a medida atendia a uma lei. Que lei é essa, que não foi votada pelos vereadores? É a lei do prefeito? – indaga a vereadora, informando que, ao procurar saber sobre a privação ilegal, descobriu que se tratava de um decreto.



- Então, ele muda a vida do servidor como bem entende. Não podemos permitir a concentração de tanto poder nas mãos de apenas uma pessoa. Se fosse uma pessoa confiável, que pensasse em medidas que beneficiassem o povo, tudo bem. Mas, não é isso que ocorre.



DITADURA E ÓDIO



A vereadora, ex-vice-presidente da câmara municipal e atual 2ª secretária da mesa diretora lamenta que o prefeito, além de todas as suas mazelas ainda fique emburrado com os vereadores que usam a tribuna legislativa para defender o povo.



- Ele não ouve o povo e não permite que ouçamos. Temos sido tratados, nós, os vereadores da oposição, com todo esse arbítrio e perseguição política porque sempre levamos e haveremos de levar ao parlamento a voz do povo. Afinal, somos os porta-vozes do povo.



Em síntese, Athos Avelino nutre imenso ódio aos vereadores que de fato o enfrentam no cumprimento de sua missão de fiscalizá-lo e de denunciá-lo ao povo quando for preciso – conclui Fátima Pereira.

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