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Domingo,7 de Setembro

Farra das passagens: procurador diz que devolver dinheiro não livra do crime

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Jornal O Norte
Publicado em 15/11/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 15:44.

O procurador Elton Ghersel — que denunciou a farra das passagens ao Tribunal Regional da 1ª Região, envolvendo 443 ex-parlamentares, e repassando ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o caso de outros 218 deputados, senadores, ministros, governadores e conselheiros de contas — disse que os políticos que desejarem devolver o dinheiro dos bilhetes gastos de forma indevida, poderão fazê-lo. Mas afirma que isso não vai livrá-los de eventual condenação por crime de peculato, desvio de recursos públicos. Nas contas da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR-1), só os ex-deputados gastaram R$ 25 milhões irregularmente.

- Em princípio, a restituição pode até atenuar a pena, mas não exclui a prática do delito - disse ele, em seu gabinete, em Brasília, em entrevista ao Correio Braziliense.

Ghersel também disse que não há criminalização da política pelo fato de investigar 665 parlamentares ou ex, denunciando mais de 400 e encaminhando para o procurador Rodrigo Janot o caso de outros 218 – cujas listas incluem o nome do ex-deputado federal Humberto Souto, prefeito eleito de Montes Claros.

TEM QUE APURAR
O procurador geral da república, Rodrigo Janot, disse que não havia recebido ainda a investigação e que também que não viu “criminalização de políticos por conta do número de investigados”.

- Se há ato ilícito, tem que se apurar. Não temos a disponibilidade de não atuar penalmente nos crimes de administração pública. Não importa se são 600 pessoas que cometeram o ilícito, ou não. Quando esse trabalho chegar, a minha parte eu farei – assegurou Rodrigo Janot.

Dados das 52 denúncias oferecidas pela PRR-1 mostram que cada um dos 443 ex-parlamentares gastou R$ 57 mil irregularmente, em média. Esse valor daria para pagar 88 viagens de Brasília a São Paulo, segundo levantamento do Correio Braziliense em companhias aéreas. Ao todo, foram 41 mil passagens suspeitas emitidas pelos então deputados. Um custo de R$ 25 milhões.

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