Os desafios a serem enfrentados pelo próximo governador de Minas Gerais incluem uma dívida de R$ 9,4 bilhões com as prefeituras, déficit previdenciário e milhares de salários de servidores públicos atrasados. Aliam-se a eles uma série de demandas populares e expectativas por parte dos eleitores.
Ao contrário do que diz o imaginário popular, de que o mineiro “come quieto”, aos pouquinhos e pelas beiradas, desta vez, os eleitores dos horizontes das gerais têm pressa.
O NORTE foi às ruas para saber o que esperam os eleitores de Romeu Zema (Novo) e Antonio Anastasia (PSDB). A maior parte deles quer solução rápida para a grave crise fiscal. Porém, especialistas alertam que o cenário é de reconstrução a longo prazo.
Entre os cidadãos que votam em Zema, as principais demandas são políticas de combate à corrupção, privati-zação responsável e desburocratização.
“Logo no primeiro ano, espero que ele reduza as despesas retirando cargos comissionados e conchavos, além de diminuir a estrutura das estatais e reformar a legislação tributária”, afirma o engenheiro civil Roberto Braga de Souza, de 53 anos.
Já entre os eleitores de Antonio Anastasia, as principais reivindicações são estabilidade econômica, regularização dos salários e reestrutura-ção do Estado.
“Espero que Minas volte a ser o que era antes, com os funcionários públicos recebendo em dia. Tenho certeza que Anastasia vai reestruturar o Estado, trazer de volta a estabilidade e a segurança”, diz a publicitária Paula Camargos, de 27 anos.
Apesar da urgência, nenhum desses problemas deve ser sanado de imediato. “É um abacaxi complicado”, pondera o analista político Leandro Silva.
“No primeiro momento, ele (governador eleito) terá que escolher o que priorizar em termos de pagamento e ver como enxugar as despesas. Matematicamente dizendo, ninguém vai resolver o problema em um ano e será preciso decidir como tocar a educação, saúde e segurança em uma ambiente de recessão e dívidas enormes”, explica.
Nos argumentos para os votos, de um lado, o desejo pelo novo, com a promessa de fazer diferente. Do outro, a aposta na experiência, de quem sabe fazer.
“Acho Anastasia mais preparado. No contexto geral de administração pública, ele atende a minha expectativa. Não acredito no outro candidato”, diz a profissional de multimídia Fabíola Versiani.
O servidor federal Gislândio Antunes vai na linha contrária. “Voto em Zema porque ele é novidade. Vamos evitar os mesmos”.