Vereador espera que prefeito
adote medida para evitar
maiores sacrifícios no campo
Eduardo Brasil
Repórter
www.onorte.net/eduardobrasil
O vereador Ildeu Maia – PP entende que não é somente o problema da violência e da criminalidade que atinge a zona rural. Ele pediu ao executivo, da tribuna da câmara municipal, na reunião de ontem, a decretação de estado de emergência na zona rural por causa da longa estiagem.
Segundo o parlamentar, seria a alternativa mais viável para evitar que os pequenos produtores rurais continuem sendo castigados, sacrificados pela longa estiagem, e amargando prejuízos que muitos não sabem como poderão pagar.
- O prefeito precisa tomar essa medida. A situação fica mais grave a cada dia e o estado de emergência propicia que o município receba recursos do Estado e da União, sem a morosidade da burocracia, possibilitando que combatamos de imediato alguns problemas que pioram a situação.
O vereador acredita que o prefeito Athos Avelino – PPS ouvirá seu apelo, até porque ele saberia dos graves problemas que o homem do campo enfrenta.
- Tenho certeza de que ele nos ouvirá, que ouvirá a voz dos homens e mulheres da zona rural – reiterou.
GADO SEM COMIDA
De acordo com Ildeu Maia, apesar da longa estiagem, os rios da região, muitos deles, ainda guardam um bom volume de água, mas que o problema não estaria na questão exclusiva da água.
- O detalhe é que a falta de chuva acabou com os pastos e o gado morre de fome. A nossa preocupação maior, nesse momento, é procurar medidas para que o rebanho seja alimentado – disse, lembrando que o gado ameaçado pela seca foi adquirido pelo pequeno produtor através de financiamentos, que ainda está quitando.
- Se ele perde o gado que comprou com tanto sacrifício, o prejuízo será bem maior. Alguns pequenos produtores adquiriram oito, dez vacas e temem que algumas morram sem pasto, sem comida. Esses animais precisam ser alimentados e as famílias da zona rural não têm como fazê-lo.
EXPLORAÇÃO
Ainda de acordo com Ildeu Maia, não é somente a longa estiagem que leva os moradores da zona rural ao sacrifício para sobreviverem. Outro problema, segundo o vereador, estaria no preço praticado sobre alguns produtos, entre eles, o milho.
Ele afirma que a Conab (Companhia nacional de abastecimento) que deveria ajudar os pequenos produtores rurais com a prática de preços justos não o faz, pelo contrário, até ajudaria a prejudicar o segmento tradicionalmente marginalizado.
- O que a Conab permite é que se ganhe dinheiro nas costas dos nossos flagelados da seca – ressaltou, reclamando da disparidade que o preço do milho apresentou, de 2006 para 2007, numa medida que teria recebido toda a indiferença da Conab, ainda que ela tenha atingido negativamente milhares de pessoas.
APOIO
No ano passado, segundo Ildeu Maia, o milho, esse mesmo milho, que não é da melhor qualidade, era vendido a 19 reais.
- Hoje, ele está sendo vendido nos balcões a 25 reais. É um absurdo – completou.
O vereador informa que paralelamente às gestões para que o executivo decrete estado de emergência na zona rural de Montes Claros, atuará ainda para que a Conab corrija as distorções de preços no mercado consumidor.
- Vamos recorrer aos nossos representantes, aos nossos parceiros no estado e em Brasília – sublinhou, adiantando que pedirá o auxílio dos deputados das bancadas estadual e federal do Norte de Minas para que intervenham junto à Conab.
- Vamos buscar apoio também do vice-presidente da República, José Alencar – conclui Ildeu Maia.