Quem acompanha o programa eleitoral gratuito na TV deve ter percebido como ficou difícil descobrir o partido de alguns candidatos. As letras miúdas, quando aparecem no canto da tela, ajudam pouco – e na maioria das vezes só aparece o número da legenda – como ocorre na campanha de um partido em Montes Claros.
Mesmo no material impresso da campanha, há pouco destaque para o nome e a logomarca. No rádio, a lista dos integrantes da coligação é lida em um ritmo tão veloz que, na maior parte das vezes, é impossível captar todos os partidos.
Esse fenômeno, o de ocultar ou mesmo evitar uma associação entre o candidato e um partido, já vinha ocorrendo em eleições anteriores, mas foi acentuado na campanha para as eleições municipais deste domingo. Mas, por que os nomes dos partidos não aparecem em destaque, uma vez que a Justiça Eleitoral exige que o nome dos partidos integrantes da coligação esteja presente nas peças publicitárias de campanha dos candidatos majoritários, como os prefeitos? Não há, contudo, regra estabelecendo tamanho mínimo nem obrigatoriedade de se reproduzir símbolos e logomarcas como, por exemplo, a estrela do PT, o tucano do PSDB, o coração do PT do B ou a foice e o martelo do PC do B.
Diante da ausência de regras, partidos também não costumam fazer exigências, liberando seus quadros para criarem a identidade visual que quiserem. Isso, por exemplo, fez com que alguns candidatos abandonassem os próprios símbolos usados nas eleições de 2012. Especialistas afirmam que a tentativa de se descolar, de dar menos destaque ou até mesmo de esconder as legendas de candidatos pode ter razões variadas – entre elas, a difícil situação de algumas agremiações envolvidas com escândalos, sobretudo com a corrupção na Petrobras.