Além dos altos preços das verduras e legumes, a renegociação de dívidas rurais também tem importância nessa temporada

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

O Norte de Minas encerra o período de chuva e entra levemente no sofrido período de estiagem. Segundo dados da Emater os produtores voltam a ampliar seus canteiros de hortaliça no campo, além de plantar o feijão irrigado.

Conforme informou o técnico em agropecuária da Emater, José arcanjo Marques, outro assunto de igual importância nesse momento é a renegociação das dívidas rurais, bem como os altos preços praticados na venda de verduras e legumes nos sacolões.

A partir de abril, diz o técnico, haverá ligeiras reduções no preço das verduras, tais como tomate, pimentão, chuchu, entre outros. Ainda em abril, os produtores deverão se preocupar em liquidar as operações do Pronaf - Programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar; assim como assinar a manifestação ao termo de adesão de renegociação das dívidas rurais.

Segundo a Fipe, desde o ano passado o preço dos


alimentos pressiona a inflação (foto: Wilson Medeiros)

Mas voltando a falar sobre as verduras, dados apresentados pela Fipe mostraram que a alimentação tem pressionado a inflação desde julho do ano passado. Como as chuvas destruíram boa parte das plantações de chuchu, tomate, pimentão, entre outros, os preços subiram alarmantemente, segundo os consumidores.

Alguns acham melhor substituir essas verduras e legumes por outras que estão em franco período de safra, como é o caso da abóbora moranga.

Segundo a Fipe, apesar de a queda do dólar e do início da safra, dificilmente o preço dos alimentos vai voltar ao nível de um ano atrás. Mas a tendência é que eles subam menos a partir de agora.

- O mais provável, num processo inflacionário, é que os preços continuem a subir, mas num ritmo inferior ao da inflação - esclareceu o coordenador de Pesquisa da Fipe, Heron do Carmo.

Arcanjo comenta que os produtores do Norte de Minas não pretendem enfrentar um longo período de estiagem como aconteceu no ano de 2005, quando muitas lavouras se perderam, tais como a de milho e sorgo. Mas no momento, os agricultores estão conduzindo os canteiros de hortaliça tranquilamente. A metereologia prevê poucas chuvas nessa estação, outono.

SOBRE AS DÍVIDAS

Arcanjo lembra que os produtores devem se ater ao prazo para renegociar suas dívidas referentes ao Pronaf. O prazo final para as renegociações vai até o dia 31 deste mês. 

O superintendente estadual de Minas Gerais e Espírito Santo, Nilo Meira Filho, informou à reportagem que o banco está envidando todos os esforços para que 100% dos produtores rurais possam assinar os termos de adesão, disponíveis nas agências itinerantes e nas unidades do banco do Nordeste, e obter os benefícios da lei.

- A lei 11.322/06 abrange dívidas contraídas até 15 de janeiro de 2001 de até R$ 100 mil, mas os maiores beneficiados serão os pequenos agricultores, com dívidas de até R$ 15 mil, ressalta.

Para os agricultores familiares que desejam individualizar os débitos no âmbito do Pronaf, serão dispensados avalistas. As taxas de juros das novas operações são a partir de 3% ao ano e, em caso de renegociação, serão retirados valores referentes a multas de juros por atraso, conforme informações da assessoria.

Para o técnico em agropecuária, estar em dia com o Pronaf significa poder tomar novos empréstimos e investir na propriedade rural em infra-estrutura ou/e até mesmo nas lavouras.

Em Minas Gerais e no Espírito Santo, são mais de 43.111 operações passíveis de enquadramento na Lei. Até 5 de março, foram entregues ao BNB 6.815 Termos de Adesão, bem como renegociadas dívidas que totalizam R$ 22.713.550.

O produtor pode obter mais informações nas 11 agências do BNB espalhadas pelo Norte de Minas e Vales do Jequitinhonha e Mucuri.