E por falar em política: Será?... - por Luiz Bosco Sardinha Machado

Jornal O Norte
Publicado em 16/11/2007 às 19:43.Atualizado em 15/11/2021 às 08:23.

Luiz Bosco Sardinha Machado



Renan está longe de ser uma página virada como querem alguns...



O simples afastamento de Renan Calheiros (PMDB/AL) da presidência do Senado não deve resolver e esgotar-se por si só. Um fato de grande repercussão nacional, com um gasto incalculável para o tesouro nacional (lembre-se que tudo tem um preço) e um tremendo desgaste para o governo, que não teve a pecha de colocar ministros e a máquina para salvar o alagoano da inexorável cassação, não pode ficar só nisso.  Algo mais, virá por certo



Renan está longe de ser uma página virada, como querem alguns...



Quem nos acompanha deve lembrar-se que em maio/junho em “O PREÇO DE UMA FRAUDE” (26/05/07), já clamávamos pela imperiosidade da destituição do senador, que pela importância do cargo, eventual substituto do Presidente da República, não poderia ser alvo de inequívocas acusações de corrupção.



Voltamos ao assunto em várias ocasiões, sempre reiterando, que o apego ao poder pelo político era muito maior, do qualquer senso de responsabilidade e hombridade, que ele não demonstrava ter.  Por isso descartávamos sob qualquer hipótese o seu afastamento ou cassação por seus pares.



Ainda hoje lembramos do triste espetáculo de sua “absolvição” pelo plenário, que retratamos em “O SINAL E OS TEMPOS” (06/09/07), em que valeu e teve de tudo, até senador conhecido por sua intransigência no correto trato com a coisa pública, Aloísio Mercadante (PT/SP), abstendo-se de votar e com isso beneficiando o “absolvido”. Deprimente! 



Político paroquial, maneiro e jeitoso, capaz de trocar voto por bode e convicção por milho para tratar do mesmo, causou-nos espanto, na ultima sessão de que participou. Renan estava fora de si e encerrou sua fala, negando-se responder ao aparte, justamente,  do senador Mercadante e ato contínuo cassou a palavra do senador Demóstenes Torres (DEM/RJ), não lhe dando um segundo sequer para concluir o fio do seu pensamento. Inusitado. Isto não é da índole de Renan.



Teria ele perdido a cabeça?



Se espantados estávamos, mais ainda ficamos, quando aquele que dizia, que só à força de fórceps, como num parto natural de criança nascida atravessada, deixaria a cadeira da presidência, simplesmente licenciou-se por quarenta e cinco dias. Isto também, não é do feitio de Renan.



Como fala o caboclo das Alagoas: neste pau tem mel. E nós completamos e atrás do mel tem ferozes abelhas, que ferroam dolorido.



Vamos aguardar os acontecimentos. O governo tem pela frente o desafio de aprovar no Senado a antipática e desnecessária CPMF, que noventa e nove por cento dos brasileiros repudiam.



Tudo vale para aprovar a CPMF, cuja falta pesa demais no saco sem fundos do governo, até prometer a cabeça do sr. Calheiros, que bovinamente, sem trocadilhos, aceitou o papel do bíblico João Batista.



Como tanto em Alagoas, como em Brasília, bovino vale ouro e também notas frias, para apresentar em eventual prestação de contas, será muito interessante observar como serão os passos dessa dança de ora em diante e vamos ver se esse cheque terá fundos, quando Renan comparecer na boca do caixa para cobrar a troca de favores.



Será que Lula vai fazer que nem FHC dando-lhe ironicamente, o Ministério da Justiça? Ou seria o Ministério de Minas e Energia, ótimo para compensar com polpudas obras o desgaste sofrido pela Construtora Mendes Junior? Ou ainda, o Ministério da Agricultura, perito que é em reprodução precoce de bovinos, que nas mãos dele alcançam preço de ouro?



Ou por ultimo, será que ele volta para o senado pomposo e perdoado?



Renan por certo não se  importa com que lhe dêem, saia de onde sair, venha de onde vier, mas que alguém vai ter que pagar a pensão da Mônica Veloso, isso vai. 

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