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Sexta-Feira,12 de Setembro

Dilma vira ré no processo de impeachment no Senado

Por 59 votos a 21, Senado decidiu que julgamento deve seguir em frente. Resultado abre caminho para a fase final e definitiva do impeachment

Jornal O Norte
Publicado em 11/08/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:09.

A presidente afastada Dilma Rousseff virou ré no processo de impeachment.  Por 59 votos a 21, o Senado decidiu que o julgamento de crime de responsabilidade deve seguir em frente. A votação terminou na madrugada desta quarta-feira (10) depois de uma maratona de discussões.

O resultado abre caminho para a fase final e definitiva do impeachment, quando serão necessários 54 votos, cinco a menos que os do resultado de terça-feira (09) para que Dilma Rousseff perca definitivamente o mandato. A presidente Dilma Rousseff passou a ser ré e o Senado segue agora para a fase final, o julgamento.

Senadores a favor do impeachment, que apoiam o presidente em exercício Michel Temer, chegaram ao Senado querendo acelerar a sessão, tanto que ao longo da terça-feira (09) muitos abriram mão dos discursos e um intervalo acabou sendo reduzido.

Do PSDB, só falou o senador Aécio Neves, presidente do partido.

- Aqueles que cometem crimes têm que por eles serem responsabilizados. E é isso que nós estamos aqui propondo - afirmou o senador.

Ainda assim, a sessão durou 17 horas. Eram dez minutos para cada senador. Fernando Collor (PTC-AL), ex-presidente da República, lembrou o processo de impeachment dele em 1992 e disse que é favor do impedimento de Dilma.

- A partir de 2013, ao desprezar a voz pura das ruas, ao menosprezar as experiências anteriores e ao levitar acima da obviedade das crises o governo tornou-se apartado da população, desconectado da realidade - disse o ex-presidente.

A madrugada chegou e o sono também. Os defensores de Dilma se revezaram para dizer que não teve crime e que a presidente afastada está sendo injustiçada.

- Não tem um partido aqui que tenha moral para apontar para o PT, para o Lula ou para a Dilma, denunciando alguma coisa. Todos aqui estão envolvidos, de certa forma, com questões de corrupção e de desvios. Não têm moral para julgar essa presidenta da República - afirmou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Antes das falas, o grupo de Dilma tentou suspender o processo. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que presidiu a sessão, foi duro.

- Senadora, faça um resumo do resumo por gentileza - disse.

PRÓXIMA ETAPA
Vencida essa etapa, agora começa o prazo para acusação e defesa apresentarem as considerações finais. A acusação disse que entrega já nesta quarta-feira (10), e a defesa na sexta-feira (12). Depois disso, precisa de dez dias para então ser marcado o julgamento.

O ministro Ricardo Lewandowski ainda não marcou a data. Os senadores que são a favor do impeachment trabalham para que a votação comece no dia 25 de agosto e termine até o fim do mês. A previsão é que o julgamento final dure até cinco dias.

O processo começou em dezembro, quando o então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment contra Dilma. O plenário concordou. E o processo foi para o Senado no dia 18 de abril. Foram 114 dias até a decisão de quarta-feira (10).

Dilma está afastada da presidência há três meses. Para que ela seja afastada definitivamente do cargo, serão necessários os votos de, no mínimo, 54 dos 81 senadores. Caso contrário, o processo é arquivado e Dilma volta a governar. Até a votação final, petistas acham que podem reverter votos.

Caso o impeachment seja aprovado, a presidente afastada Dilma é notificada, perde o mandato e não pode concorrer a cargo público por 8 anos, fica inelegível. Se for rejeitado o impeachment, o processo é arquivado e ela reassume o cargo.

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