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Sexta-Feira,12 de Setembro

Dilma recua e não fala em golpe durante discurso na ONU

Presidente discursou em evento de assinatura do acordo do clima de Paris, e disse que Brasil tem pujante democracia e que o povo saberá impedir retrocessos.

Jornal O Norte
Publicado em 23/04/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 15:58.








Alvo de um processo de impeachment no Congresso Nacional, a presidente chegou a cogitar denunciar durante seu discurso na ONU que é vítima de um golpe parlamentar no Brasil

 

A presidente Dilma Rousseff recuou e não se disse vítima de um “golpe parlamentar” no Brasil ao discursar nesta sexta-feira (22) perante chefes de Estado mundiais na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Praticamente todo o seu discurso foi sobre clima. Apenas nas cinco frases finais, Dilma disse que o Brasil vive atualmente um “grave momento”, com uma sociedade que construiu uma “pujante democracia” e que o povo saberá “impedir quaisquer retrocessos”.

Alvo de um processo de impeachment no Congresso Nacional, a presidente chegou a cogitar nos últimos dias, segundo assessores do Palácio do Planalto, denunciar durante seu discurso na ONU que é vítima de um “golpe parlamentar” no Brasil.

Diante dessa possibilidade, os ministros do Supremo Tribunal Federal Celso de Melo, Dias Toffoli e Gilmar Mendes refutaram a tese da presidente, atestando que há base legal para o processo de afastamento que tramita no Legislativo.

- Há um equívoco quando [Dilma] afirma que há um golpe parlamentar, ao contrário. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, deixou claro que o procedimento destinado à abertura do processo de impeachment observa os alinhamentos ditados pela Constituição da República - disse Celso de Mello.

A presidente gastou quase toda a sua fala de 8 minutos e 42 segundos com considerações sobre o acordo climático e apenas mencionou a situação política em sua conclusão.

- “Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade -  afirmou a presidente em discurso na solenidade de assinatura do acordo do clima de Paris.

Nas entrevistas em que dará nesta sexta, é possível que Dilma fale sobre a situação política brasileira, como fez em entrevistas desde segunda-feira, um dia depois de a Câmara dos Deputados autorizar, com 367 votos (25 a mais que o necessário), o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente.

Dilma desembarcou em Nova York na noite de quinta (21). Ao chegar à residência oficial do embaixador do Brasil na ONU, Antônio Patriota, manifestantes contrários ao processo de impeachment a aguardavam para demonstrar solidariedade e apoio à petista. Na sexta (22) houve manifestações contra e a favor de Dilma nas proximidades da ONU antes de seu discurso.

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