Democratização dos meios de comunicação é tema de audiência pública na Assembléia

Jornal O Norte
Publicado em 13/07/2007 às 10:06.Atualizado em 15/11/2021 às 08:09.

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas realizou nessa terça-feira, 10, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, audiência pública que tratou sobre a democratização dos meios de comunicação no Brasil. Deputados e jornalistas debateram sobre os monopólios das empresas que exploram a atividade, a ameaça sobre as emissoras comunitárias e a distorção da informação.



O requerimento foi do deputado Paulo Guedes (PT), que defende a ampliação do serviço para todos os municípios, beneficiando inclusive comunidades rurais, indígenas e quilombolas.



- A comunicação tem de ser para todos, nós defendemos isso como meio de democratização do país - destacou o parlamentar. Para ele, os monopólios não podem comprometer a liberdade de expressão, e a sociedade precisa cobrar sua participação nos mecanismos de outorga das concessões de rádio e TV, compartilhados desde 1988 pelo Congresso e pelo Executivo.



- Muitos defendem a criminalização das emissoras comunitárias, e assim contribuem para perpetuar o poder dos atuais concessionários - criticou.



De acordo com dados do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, o Ministério recebeu desde 1998 quase 30 mil processos pedindo a concessão de rádios comunitárias. Três mil foram autorizadas, 10 mil arquivados por falta de documento e 13 mil esperam para ser analisados. Neste ano serão renovadas as autorizações para funcionamento de 28 emissoras de rádio e televisão.



Na audiência, o vice-presidente da comissão, Juninho Araújo (PRTB), disse que na carona das rádios comunitárias, veio o câncer das rádios piratas, aproveitando a brecha na legislação criada pelo ex-ministro Sérgio Motta.



- Das três mil rádios que receberam autorização para funcionar, não chega a 20% as que realmente seguem o padrão de comunitária – disse.



Já o vice-presidente regional da Federação Nacional dos Jornalistas, Délio Rocha, disse que a falta de controle social sobre a mídia se deve à não-regulamentação nacional da comunicação. Problema que ele atribui a uma aliança feita entre os donos da mídia e os partidos políticos.



- Há 20 anos o projeto da Lei de Imprensa está engavetado no Congresso, e a legislação que vigora é do tempo da ditadura - criticou.



Candidato a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Dorgil Marinho alertou que a tecnologia digital vai reforçar o monopólio atual, e que este facilita a deturpação da informação e a manipulação das notícias.



- O jornalista precisa buscar respaldo na sociedade para exercer o seu papel social e manter o compromisso com a verdade e a isenção da informação - defendeu.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por