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Quarta-Feira,17 de Setembro

Curta política: Publicação de 25 de novembro de 2008 - por Marcelo Valmor

Jornal O Norte
Publicado em 24/11/2008 às 17:02.Atualizado em 15/11/2021 às 07:51.

NATAL



A nossa época, marcada como Modernidade, tem como um dos seus aspectos básicos o intenso processo de consumo. Esse processo se caracteriza pela banalização cultural (músicas de baixo valor estético), social (violência e banalização da vida) e nas relações afetivas (ficar e não namorar, por exemplo). Nesse sentido, pessoas são tratadas como coisas, descartadas como objetos. Várias instituições mundiais, e nacionais, tem atuado no sentido inverso, procurando reencantar as relações humanas através da valorização de pessoas. Em Montes Claros, a instituição que mais atua nesse sentido é o projeto Laborearte coordenado por Adriene Tupinambá. A decoração de natal deste ano estará sob o seu comando, e ali poderemos ver trabalho de pessoas “descartadas” com material descartado (sucata) virar arte. A sociedade civil deveria prestar mais atenção nesses centros de promoção humana.





CONSCIÊNCIA NEGRA



Apesar do grande número de feriados, não podemos deixar de reconhecer que o feriado desta quinta feria, dia 20/11, Dia Municipal da Consciência Negra, é um grande avanço no que diz respeito a proposta de vários movimentos que atuam em defesa do papel formador que o negro teve e tem em nossa sociedade. Roberto Rolino, incansável, carrega essa bandeira como quem empunha um estandarte em época de guerra, e marca ponto no movimento. E o que mais importa para esses movimentos, creio, não é exatamente uma política étnica diferenciada, mas a necessidade de se chamar a atenção para o fato de que a discriminação ainda é um cancro social grave.





CRISE MUNDIAL



A chamada do governo federal para que a população aumente seu consumo tem endereço certo: a classe média. Mas há um problema. Enquanto as classes mais abastadas tem seu perfil de consumo reduzido, pois constituem uma minoria, os pobres dependem basicamente do crédito para realizarem suas compras, principalmente com o fim do ano se aproximando, mas esbarram na política conservadora dos bancos que inibem os financiamentos, preferindo deixar como está para ver como é que fica. Portanto, sobrou a classe média. Mas descolada, por conta de uma certa indiferença do governo Lula em financiar seus bens de consumo duráveis (carro, eletrodomésticos, etc.), ela resolveu, como sempre, seguir a voz da minoria: vai deixar como está para ver como é que fica.





TRANSIÇÃO



A nomeação, por parte do prefeito eleito de Montes Claros, de dezessete pessoas para compor sua equipe de transição aponta para, no mínimo, dois pontos. Ou pretende jogar para o público, dando um caráter de auditoria para um simples processo de transição, ou quer, desde já, assumir a prefeitura e fazer do atual prefeito, eleito para governar até 31 de dezembro, um mero espectador dos seus últimos dias. Athos acerta quando recusa esse tratamento, e exige do jogo político, no qual foi derrotado, mais respeito. Menos gente, menos.





CORAÇÃO DE JESUS



O professor Mércio Coelho, apesar das qualidades conhecidas por todos, infelizmente não colheu sucesso na empreitada rumo a prefeitura de Coração de Jesus. Nota escrita com atraso, mas sempre no prelo, temos a certeza que o prof. Mércio apenas iniciou, assim como muitos candidatos, uma trajetória política que, acreditamos, ainda dará bons frutos.





UNIMONTES



A recente efetivação de vários professores designados por parte do governo do Estado tem suscitado ciúmes em professores mais antigos da universidade. Não entendemos os motivos. Reclamações tem chegado em monta para um intenso processo de perseguição por parte de alguns professores em relação a nomeação desses novos colegas. É preciso que a reitoria se posicione e diga, claramente, como será regulamentada a relação desses novos efetivados com a Instituição, acabando com boatos e pressões que não ajudam em nada o crescimento da Unimontes.





ADESÃO



Que a cultura política de Montes Claros sempre foi situacionista, isso o próprio professor César Henrique pode nos explicar com uma clareza extrema, sendo bom professor que é, mas o que talvez beire o absurdo na política é a adesão de pessoas que não se cheiravam até pouco tempo atrás. Mesmo que se diga que a lógica política aponte sempre para estar do lado do vencedor, sabemos que a adesão sem um mínimo de critério aponta não para o fortalecimento dessas pessoas, mas para um processo de fragmentação desses grupos, de desgastes pessoais, e de renovação mais cedo ou mais tarde no quadro político local. Afinal, você acreditaria que um dia teríamos Jairo Ataíde e Tadeu Juntos? Refletir sobre isso é preciso.





AVENIDA SANITÁRIA



Mantive contato com os empresários que comandam a noite e pude constatar que existe uma nova mentalidade empresarial: a época do abre e fecha bares, que apontava para um processo suspeito de sonegação de impostos e outras coisas mais, chega ao fim. Temos bares e boates que se sustentam há mais de cinco anos, demonstrando toda a correção que move esses negócios. O que ainda peca em relação a noite monstesclarense é uma maior participação desses empresários na elaboração do nosso Plano Diretor. Entendo que eles não devem ter um tratamento privilegiado e devem também cumprir a lei, mas o Plano Diretor tem que dá-los um tratamento diferenciado, flexibilizando o acesso de mesas e cadeiras nas calçadas a partir das 18:00 horas e recebendo investimentos públicos como segurança para seus funcionários e para que possam, também, terem garantidos os seus investimentos.



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