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Sexta-Feira,12 de Setembro

Crise no hospital Aroldo Tourinho

Convocação do Conselho Curador opõe lados e reforça impasse

Jornal O Norte
Publicado em 10/08/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:09.

Por Marcelo Valmor











Reunião do Conselho Curador cobra modernização do Aroldo Tourinho

 

Em reunião na noite desta segunda-feira (08), os membros do Conselho Curador do Hospital Aroldo Tourinho, representantes dos funcionários e conselheiros municipais de educação discutiram a crise na instituição, agravada nos últimos meses por conta do encerramento das atividades no setor de ortopedia (a obstetrícia já havia sido fechada), com o parcelamento de salários e o recolhimento e a não efetivação dos depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos funcionários.

Mas, ao contrário de oferecer alternativas, a reunião só reforçou o impasse existente entre os funcionários e médicos, que enxergam na atual diretoria, sob a coordenação do ex-reitor da Unimontes, o provedor Paulo César Gonçalves de Almeida, uma das causas da crise na entidade. A solução proposta foi a antecipação das eleições para setembro de 2016, defendida pelo médico Wagner Leite, chefe do corpo clínico do hospital.

- É preciso levar a termo a possibilidade de mudarmos a direção do hospital. É uma saída - disse.

Para o diretor financeiro da instituição, as mudanças na provedoria é uma faca de dois gumes, já que pode trazer melhoras, mas, no limite, agravar ainda mais a crise.

- O provedor é o responsável pelo hospital, e mudar a diretoria pode ser positivo ou não. A mudança poderia trazer mais confiança, mais recursos, e abastecer o hospital, hoje, praticamente no fundo do poço - afirmou Cláudio Medeiros.

Cláudio Medeiros defendeu, ainda, a proposta de convocação de novas eleições já para setembro próximo e a posse do novo provedor no final do mandato de Paulo César Gonçalves de Almeida, em fevereiro de 2017.

Convocado para a reunião, o senhor Aristides, representante dos funcionários no Conselho Curador, cobrou mais eficiência da gestão.

- A partir do momento em que um hospital do porte do Aroldo Tourinho não paga seus funcionários direito, alguma coisa grave está ocorrendo. Afinal, isso reflete diretamente no desempenho do enfermeiro, do técnico, enfim, de todos - reclamou.

O PAPEL DO ESTADO MINEIRO
Convocada para a reunião, já que o estado de Minas Gerais é o interventor na saúde norte-mineira, a coordenadora regional de Saúde, Patrícia Afonso Guimarães, afirmou que a contratualização feita com o Aroldo tourinho foi dentro das normas.

- A contratualização foi feita a partir da Lei 866, e dentro do segmento público/filantrópico/privado, como é o Aroldo Tourinho. O modelo adotado é o adequado, e não temos como sair dele. Por outro lado, os repasses estão sendo feitos dentro dos limites do orçamento público estadual - explicou.

Mas para o médico Abílio Carnielli, ex-provedor do hospital, a falência do Estado expressa a falência da saúde, sobretudo em Montes Claros.

- A gestão de saúde está ligada à ideia de poder e, por isso mesmo, não temos agilidade para resolver as coisas. Tem que ouvir muita gente que não é da área, e estamos cansados disso. Essa ideia de que o Aroldo Tourinho é filantrópico e filantropia não pode dar lucro, afunda ainda mais o hospital, é da cultura dele. O Estado não consegue resolver o problema da saúde - concluiu.

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