Levantamento aponta que ao menos 96 pessoas, entre prefeitos, secretários municipais, candidatos e militantes foram executadas por motivações políticas entre janeiro e setembro deste ano. Os dados têm como base registros policiais, em sua maioria, além de documentos de fóruns, denúncias do Ministério Público e processos nos Tribunais de Justiça.
Uma série de 13 assassinatos de pré-candidatos e candidatos a vereador e cabos eleitorais no Rio de Janeiro contribuiu para tornar 2016 o mais sangrento na política desde a Lei de Anistia, em 1979. O levantamento não inclui as três mortes ocorridas na quarta-feira, 28, na cidade goiana de Itumbiara, onde o funcionário público Gilberto Ferreira do Amaral matou o candidato a prefeito José Gomes da Rocha (PTB) e feriu o governador em exercício José Éliton (PSDB) durante uma carreata. Amaral e o policial Vanilson João Pereira morreram após o tiroteio. A lista de políticos mortos inclui também candidato a vereador pelo PP do Rio e presidente da tradicional escola de samba Portela, Marcos Vieira de Souza, o Falcon.
Números oficiais
Desde a redemocratização, entidades de direitos humanos cobram dos três Poderes dados oficiais. Desta vez, o Tribunal Superior Eleitoral apresentou um número de 20 assassinatos políticos nos últimos nove meses, um avanço nas divulgações da Justiça, que sempre apresentou versões genéricas e números ainda mais baixos.
De agosto de 1979 para cá, 1.269 pessoas morreram por motivações de disputas pelo poder político no País.