O presidente da câmara de vereadores de Montes Claros festeja o processo democrático vivido pela casa, apesar das polêmicas e do clima tenso que vêm caracterizando suas últimas sessões. Mas aconselha o executivo a manter um diálogo mais estreito com os vereadores - para evitar controvérsias desnecessárias que só atrapalham o desenvolvimento municipal

Eduardo Brasil


Repórter


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O presidente da câmara municipal de Montes Claros, Cori Ribeiro – PPS, apesar de toda a polêmica que cercou a tramitação e a aprovação do projeto de lei do executivo, de reforma administrativa, cuja lei receberá sanção e publicação nos próximos dias, acredita que o processo foi salutar para o sentimento democrático que deve sustentar os trabalhos parlamentares, por mais complexos que possam ser.

- Encaro o resultado como fruto de um processo democrático. Não se admite o argumento de que as coisas foram feitas sem o debate necessário, porque não foi assim. Chegamos a postergar a tramitação e votação da matéria para que tornássemos possível uma discussão ampla de suas propostas, com a participação efetiva de representantes da área de esportes – ressalta o dirigente do legislativo, criticando, porém, os abusos que teriam sido cometidos, por alguns colegas de plenário, ao longo da tramitação do projeto e que devem ser contidos.

- Naturalmente que alguns abusos foram cometidos e eles devem ser evitados, até para que nós, vereadores, venhamos realmente a respeitar o poder legislativo e façamos cumprir o seu regulamento – completou Cori Ribeiro, que por vários momentos, na quinta-feira, teve de interromper a sessão (que começou às 19h30, se estendendo praticamente até à meia noite), para chamar a atenção de pares mais exaltados e do público que lotou a galeria promovendo manifestações proibidas pelas regras da casa, como vaias e aplausos à falação dos vereadores.

PERSPECTIVAS

Cori Ribeiro também guarda boas perspectivas de que uma das medidas mais polêmicas da reforma administrativa – a que fundiu a secretaria de Esportes e Lazer à pasta da Educação, resultará em um avanço significativo para o setor.

- Guardo as melhores perspectivas. Penso que na ocorrência de determinadas fusões, numa reforma administrativa, busca-se melhorar o processo de trabalho. E nesse ponto a reforma administrativa é altamente positiva. A junção de pastas é uma medida que vem sendo implantada em várias cidades do estado e do país, obtendo resultados formidáveis – acrescentou, destacando Teófilo Otoni, onde a reforma administrativa promovida pela UFMG – Universidade federal de Minas Gerais, ligando os setores de educação, esportes, cultura e lazer estaria garantindo sucesso na promoção de suas políticas públicas.

- Isso quer dizer que em Montes Claros não estamos na contramão da história com a fusão das duas pastas.

CONSELHO

Cori Ribeiro falou também a respeito da transformação da secretaria de Cultura em fundação, de acordo com projeto de lei a ser enviado ao legislativo, pelo executivo, caracterizando mais uma etapa da reforma administrativa. Segundo ele, antes do envio, algumas medidas deveriam ser tomadas para que fossem evitadas as polêmicas que cercaram a votação do projeto aprovado nesta quinta-feira.

- Acredito que as coisas devam ser antecipadamente bem discutidas. Tivesse eu como executivo, chamaria os pares principais para discutir as propostas de transformação da pasta de Cultura em fundação, de acordo com projeto que deve chegar à mesa diretora da casa – disse ele, emendando que o desconhecimento de causas pode realmente trazer complicações que poderiam ser atalhadas no plenário.

- Temos de ampliar o diálogo. Eu nunca opino sobre algo que desconheço. E faço isso por uma questão de responsabilidade e coerência. Por isso, acredito que através de um amplo diálogo chegaremos a um consenso que seja benéfico ao povo.