Márcia Vieira
Repórter
O primata não humano encontrado nas proximidades de Santa Bárbara, zona rural de Montes Claros, em meados de setembro de 2016, teve confirmado o diagnóstico de febre amarela.
O exame foi feito no Instituto Evandro Chagas, no Pará e o resultado, positivo, chegou a Montes Claros na sexta-feira 10, entretanto, não foi divulgado. Informações extra-oficiais sugerem que o resultado pode não ter sido divulgado para não assustar a população.
Transmissão e preconceito
Os surtos da doença entre os macacos, chamado epizootias, se intensificaram em Minas Gerais, por isso os animais têm sido alvo constante de preconceito entre pessoas que desconhecem a forma de contaminação.
A partir do momento em que se constata a doença nos primatas, é que a população e os agentes de endemias tomam conhecimento da circulação do vírus, mas eles não são transmissores da febre amarela. A febre amarela é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Para se prevenir, a população tem como único meio, a vacinação.
- Os macacos são tão vítimas quanto nós, humanos - diz G. S., morador da região onde o mico foi encontrado morto.
Nesta terça-feira 14, o vereador Sóter Magno reforçou, na Câmara, o pedido para que os macacos não sejam penalizados pelo medo e falta de conhecimento da população. Em várias regiões onde a febre amarela se manifesta, a população tem se encarregado de eliminar o animal.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Diretoria Regional de Saúde e solicitou cópia do documento, com base na Lei de Acesso à Informação - LAI, entretanto, até o fechamento desta edição não obteve retorno. O Diretor Regional de Saúde, Maquieden Durães, encontra-se na capital mineira, a trabalho.
Quanto à Secretaria Municipal de Saúde, a titular da pasta, Dulce Pimenta, informou que o documento se encontra no setor de epidemiologia e que seria disponibilizado para consulta nesta quarta-feira.