Fabíola Dourado
Repórter
Representantes de comunidades rurais do Norte de Minas participaram do lançamento do Programa de Bibliotecas Rurais, Arca das Letras, no Mercado Central de Montes Claros, na última segunda-feira. O programa foi criado pela Secretária de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário para incentivar a leitura e facilitar o acesso aos livros em assentamentos, comunidades de agricultura familiar e de remanescentes de quilombolas.
(foto: THIAGO LEITE)
Virgilio Barros, presidente da Orgamontes, foi um dos representantes que conseguiu trazer o projeto para a região. “Isso é o inicio de um trabalho. Nós vamos recolher livros nas próprias comunidades rurais. Tem um pai, por exemplo, que me procurou e disse que vai doar 18 livros escolares, que estão na casa dele e não são utilizados. Eu assumi o compromisso também de até o fim do ano colocar mil livros em cada uma destas 24 arcas das Letras. Vou fazer parceria com empresas, Automóvel Clube e com o Rotary de Montes Claros”. – afirma Barros.
Ainda de acordo com Virgílio Barros, sem o apoio do deputado Ruy Muniz as arcas não chegariam. “Estava prevista só uma para a cidade, Ruy ligou o ITER-Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais-e falou sobre a importância do projeto para a região e então hoje podemos ver um sonho antigo se concretizar”. – conclui o presidente.
Segundo o coordenador técnico do projeto em Brasília, Francisco Pimentel, tudo começou em 2003, quando surgiu a idéia de levar livros para as comunidades rurais. Com a doação de livros vindos de várias regiões de Brasília, o projeto foi crescendo e se expandindo. “Essas pessoas não tem fácil acesso a esses livros, hoje já entregamos mais de um milhão de livros em todo o Brasil”, conta Francisco.
Francisco Pimentel explica que os livros são separados por cor de acordo com o conteúdo de cada um. “São livros com várias linguagens, técnicos, infanto-juvenis, didáticos e até dicionários. Cada tema tem uma cor para facilitar o trabalho dos agentes de leitura, e também para alcançar pessoas de todas as idades”.
Para Eunice, agente de leitura e representante da comunidade Morro Vermelho, aproximadamente 200 famílias na sua comunidade serão beneficiadas. “É uma novidade que vai engrandecer nosso povo. Principalmente a juventude, que precisa tomar gosto pela leitura” - conta Eunice.