Comitê apresenta ações para danos provocados pela seca

Jornal O Norte
Publicado em 29/02/2008 às 09:52.Atualizado em 15/11/2021 às 07:26.

Artur Júnior


Colaboração para O NORTE



O Comitê Estadual Gestor da Crise da Seca se reunirá nesta sexta-feira, dia 29, em Montes Claros, para apresentar as ações de socorro aos flagelados da seca e principalmente quais medidas serão adotadas para a seca verde que atualmente afeta o Norte de Minas. A reunião foi solicitada pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS), visando mostrar aos prefeitos quais ações e projetos serão implantados. O secretário estadual de Governo, Danilo Castro, fará a abertura da reunião, trazendo mensagem do governador Aécio Neves. É a terceira reunião do Comitê Gestor neste ano, pois a primeira ocorreu em Belo Horizonte, com a presença do vice-governador Antônio Augusto Anastasia; outra, em Montes Claros, com as lideranças regionais e agora, com todos componentes. A secretária estadual Elbe Brandão, de Desenvolvimento do Norte de Minas e Vales do Jequitinhonha e Mucuri, nomeada coordenadora do Comitê Gestor, presidirá a reunião, que começará às 14 horas no Campus da Universidade Estadual de Montes Claros.



O presidente da AMAMS, Valmir Morais de Sá, prefeito de Patis, afirma que desde 20 de dezembro, quando o governador Aécio Neves apresentou as ações, que vários projetos começaram a ser executados, mas existe necessidade de mostrar aos municípios como estão ocorrendo. Ele cita que a Operação Pipa, executada pela Copasa e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, atendeu as expectativas, assegurando água para consumo humano nas comunidades comprometidas. Porém, a AMAMS quer decidir alguns pontos cruciais: a construção de barragens e barramentos com a patrulha motomecanizada adquirida pela Ruralminas; montagem de equipamentos em poços já perfurados, liberação dos R$ 40 milhões pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais para renegociação das dívidas e recuperação das pastagens; assim como a redução da tarifa de energia elétrica para os poços comunitários.



A seca que afetou o Norte de Minas em 2007 foi a pior dos últimos anos, pois provocou a morte de 160 mil cabeças de gado, a perda da safra agrícola 2007/2008, acumulando um montante de R$ 266 milhões. As chuvas registradas no final de dezembro de 2007 e em janeiro e fevereiro de 2008 provocou o surgimento da “seca verde”, onde os pastos estão esverdeados, mas escamoteiam a seca. São mais de 550 mil cabeças de gado do Norte de Minas que precisam ser transferidos para outras regiões ou Estados, pois falta pastagens para atender o rebanho de 2,3 milhões de cabeças de gado. Além disto, o ataque das lagartas está afetando ainda mais as pastagens, dizimadas pela praga e agravando o quadro social.



“A nossa expectativa é de ação imediata do Estado, pois o flagelado da seca sofre com o descaso do Governo Federal, que se mostrou insensível com a situação, sem liberar nenhum tipo de ajuda, que não seja a Operação Pipa” – afirma Valmir Morais de Sá. Ele salienta que todos estão na expectativa de ser liberada a renegociação das dívidas rurais feitas nos Bancos do Brasil e Nordeste. A reivindicação é de suspensão das cobranças por dois anos, além da liberação de mais crédito rural para o homem do campo voltar a produzir e cumprir seus compromissos. Neste sentido, a AMAMS reivindicou o pagamento da Bolsa-Estiagem ou Bolsa-Seca aos flagelados da seca, como ocorreu no Rio Grande do Sul, mas o pleito ainda não foi respondido.

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