Eduardo Brasil


Repórter

Para evitar que a CLI – Comissão legislativa de inquérito da Transmontes, que apurou denúncias de desvio de recursos na empresa municipal, acabasse em pizza, a maioria dos vereadores abandonou o plenário da câmara municipal na reunião extraordinária de ontem, quarta-feira. Sem quorum, não ocorreu a votação dos dois relatórios finais sobre as sindicâncias.

- A câmara municipal não podia ser, como foram os membros da comissão, conivente com os interesses do executivo que os pressionou, levando a CLI a esses relatórios absurdos, que sequer mencionam o principal motivo da sua instalação que foi a suspeita de desvio de recursos.

De acordo com Lipa Xavier, os relatórios, assinados por Valcir Soares – PTB, Marcos Nen – PR e Guila Ramos – PL são o extremo do oposto em relação ao que o próprio secretário municipal da Fazenda, Henrique Veloso, e o então presidente da Transmontes, José da Conceição, revelaram em depoimento à CLI.

- O secretário afirmou que a prefeitura não prestou contas dos recursos arrecadados com as multas de trânsito, em 2005, causando ao município prejuízo de 400 mil reais. E os dois relatórios não dizem onde foi parar esse dinheiro – acrescenta o vereador, destacando as contradições que marcaram os depoimentos de Henrique Veloso e José da Conceição.

- O primeiro disse que os recursos das multas eram depositados nos bancos Itaú e Brasil, enquanto o segundo garantia que eles seguiam para um caixa único. Um dos dois mentiu e a CLI deveria ter exigido que fossem colocados em acareação, antes de se tentar a sua conclusão.

De acordo com o presidente do legislativo, Cori Ribeiro, o resultado da sessão extraordinária foi uma tristeza.

- O povo de Montes Claros não merecia isso, após oito meses esperando a conclusão da CLI – disse, adiantando que recorrerá à assessoria jurídica da casa para saber como a mesa diretora deve proceder em relação ao impasse.