Da Redação
Quando se aborda a criminalidade, principalmente envolvendo o tráfico de drogas, o primeiro Bairro de Montes Claros que é citado é o Cidade Cristo Rei. Entretanto alguns fatores precisam ser observados no local, para até justificar a situação em que vivem as famílias.
No aglomerado não existe escola, praças ou mesmo um centro comunitário. O que reflete o total abandono.
Projeto até existe, para melhorias no Cidade Cristo Rei, como por exemplo o Semeando a Paz. Projeto orçado em R$ 6,4 milhões. Foram realizadas cerca de dez reuniões, entre os parceiros para execução, como prefeitura de Montes Claros, Unimontes, ministério público, polícia civil, polícia militar. O projeto foi apresentado em junho do ano passado, porém até agora não saiu do papel.
O líder comunitário, Mário Ribeiro, que também é delegado do orçamento participativo municipal, suplente do conselho de Assistência Social, denuncia que enquanto o município investe milhões em propaganda de obras, deixa as famílias do aglomerado sem nenhuma infra-estrutura. A maioria das famílias do local vive abaixo do nível de pobreza.
- Quando fui nomeado como suplente do conselho de Assistência Social e delegado do Orçamento Participativo, eles pensaram que iriam me calar. Mas isso eu não posso fazer, afinal vivemos em situação de risco e ninguém faz nada.
INFRA-ESTRUTURA
Algumas casas do Cidade Cristo Rei, como revela o líder comunitário, não têm a mínima condição de higiene, nem instalação sanitária.
- O prefeito poderia investir em creche, para que as mães pudessem deixar seus filhos enquanto trabalham; uma lavanderia comunitária que funcionaria como um serviço para as donas de casa. Estamos bem servidos de polícia, mas falta o apoio do município – ressalta Mário Ribeiro.
Sem lazer, o resultado é crianças vivendo a mercê do tráfico de drogas. Os funcionários do SAMU/192 há pelos menos um ano não entra no aglomerado. Se alguém passar mal, corre o risco de morrer por falta de atendimento, como informa o líder comunitário.
Outro grave problema é com relação a falta de iluminação. Muitas ruas não têm postes de energia. Nas que existem as lâmpadas estão quebradas e a Cemig não repõe, segundo Mário Ribeiro.
- Em dezembro, do ano passado, o município comprou uma casa que estava abandonada na Rua Antônio Olinto, no valor de R$ 6,72 mil, dinheiro do caixa beneficente, com a promessa de construção de um centro comunitário. O pagamento foi feito com cheque da prefeitura. Quase dois meses depois, não começou nenhum tipo de trabalho no local – finalizou o líder comunitário.