
O sonho da construção do Centro de Castração de Animais em Montes Claros ainda está longe de virar realidade. A expectativa de que o Executivo enviasse à Câmara um projeto para aprovação da criação da estrutura caiu por terra após os vereadores aprovarem um texto que serve apenas como um paliativo.
Trata-se da autorização para o município abrir crédito adicional especial ao orçamento vigente, prevendo um valor total de R$ 22 mil para investir na manutenção de Serviços de Controle de Zoonoses, dentro do orçamento de R$ 1.729.500, liberado para remanejamento do Executivo.
O valor seria a contrapartida do município a emendas de dois deputados, destinadas à aquisição de dois castramóveis, cujo valor estimado pelo Ministério da Saúde é de R$ 130 mil cada.
De acordo com o vereador Sóter Magno (PP), que destinou emenda impositiva ainda não cumprida pelo Executivo, para a construção do centro, o castramóvel atenderia parte da demanda, especialmente da zona rural, mas não põe fim ao problema que se arrasta há anos na cidade.
“A nossa briga é pelo Centro de Castração, porque o veículo, inevitavelmente, vai quebrar, como qualquer outro carro. O centro é uma unidade física, um local que teria condições de receber o animal, castrar e ficar com ele no pós-operatório. O castramóvel apenas faz o processo cirúrgico e devolve o animal”, disse o vereador.
Montes Claros possui uma população canina de rua estimada entre 5 mil e 6 mil animais. Destes, cerca de 1.600 são eutanasiados por ano – média de 133 animais por mês – vítimas da leishmaniose. Neste ano, já foram confirmados oito casos da doença na cidade, de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
O município suspendeu o recolhimento dos animais de rua por força de lei, que proíbe que o cão seja recolhido sem a realização dos procedimentos adequados: castrar, microchipar e vermifugar para posterior devolução ao local de origem.